Na semana passada,
esteve conosco irmã Marlene, da Congregação das Religiosas Missionárias de
Nossa Senhora das Dores. Ela veio a Livramento visitar a família e retornou na
segunda-feira, 22, para Belo Horizonte, onde fica a Casa Geral da Congregação,
e de onde partirá para Guemé, na República de Camarões, país africano no qual
realiza o serviço missionário.
Ir. Marlene fez uma
visita à reunião do Conselho Pastoral Diocesano, que aconteceu no último final
de semana, 19 a 21, e, na ocasião, contou-nos sobre sua experiência
missionária. Destacou que, do ponto de vista político e socioeconômico, a
região em que atua é das mais difíceis de Camarões. Os muçulmanos dominam o
comércio. O presidente está no poder há trinta anos e o seu mérito é o de ser
um presidente que foi capaz de estabelecer a paz entre as etnias daquela
região. A pobreza marca a vida do povo. “Lá se reutiliza tudo, porque tudo
falta”, enfatizou irmã Marlene, que tomou a decisão de se colocar a serviço da
missão além-fronteiras e, há seis anos, reside nesse
país, depois de ter passado três anos em Lyon, na França, para aprender o
francês, uma das línguas utilizadas em Camarões.
Além da pobreza, o
povo sofre nas mãos do grupo extremista islâmico Boko Haram. Há dura
perseguição a cristãos (em número de 5.000, numa população de 9.000
habitantes), sequestro de padres, freiras; igrejas são queimadas e saqueadas. Por isso, o governo impôs que, por motivo de
segurança, as religiosas sejam sempre acompanhadas por três militares.
Em Guemé, ela segue
três grupos de mulheres (associações de viúvas) e diz que realiza parcerias com
outras irmãs, residentes no Chade, país que faz fronteira com Camarões. Nas
suas palavras, uma coisa que aquece o seu coração é encontrar missionários
brasileiros e jovens universitários em Camarões. “É uma cultura muito diferente
da nossa e eu me sinto feliz por levar a presença brasileira àquele território.
O povo de Camarões tem um carinho muito grande pelo Brasil. E, desde o início,
fomos muito bem acolhidas. Hoje, fazemos parte da vida do povo, que vem nos
procurar por qualquer coisa e por que se sente amparado em suas dores. Nós estamos
a serviço da Igreja de Jesus Cristo. E a essência da Igreja é ser missionária”,
conclui a irmã Marlene.
Agradecemos a ela
pelo belo testemunho de vida cristã. A sua presença no CPD foi marcante, por
sua simplicidade, sabedoria e amor ao próximo.