Ensina-nos
a sabedoria popular que “eterno, só o amor de Deus”. De tanto ouvirmos esse
ditado, acabamos sempre por encontrar o desejado consolo quando a perda bate à
nossa porta, e entendemos que as perdas e interrupções são absolutamente
conaturais à vida. E quando essa perda é, justamente, para Aquele em cujas mãos
repousa a eternidade, o consolo parece vir mais rápido e sossega cada alma
torturada pelo que se perdeu, por perceber que o perdido foi abarcado pela
eternidade.
Nossa Diocese viveu uma experiência de
perda no último dia 19, quando o padre Aldo Coppola deu seu último suspiro,
depois de longos anos de ampliado serviço à Igreja. Italiano de nascimento,
padre Aldo chegou ao Brasil nos primeiros anos da década de sessenta e foi
trazido para Caetité pelo então Bispo Dom José Pedro Costa, para que fosse
professor no seminário diocesano. Erigida nossa Diocese, em 1967, ele optou por
passar a fazer parte dela e nela ficou até o último sábado, quando completou 53
anos de sacerdócio e partiu para a casa do Pai. Ao longo dos seus anos de
ministério, o padre Aldo teve uma visão bastante ampla da sua missão, indo além
de ministro do sagrado, procurando prover o povo de Ibitiara daqueles recursos
necessários à dignidade da vida, que talvez pudessem ter sido originados em
outros segmentos da vida social, merecendo evidenciar, aqui, a fundação e
manutenção do hospital que leva seu nome e o exercício do magistério no colégio
de Ibitiara por muitos anos. Vale ainda fazer menção à construção da nova
igreja matriz, partindo de uma visão otimista em relação ao futuro da comunidade
paroquial, dada a amplitude da mesma, além da construção de inúmeras capelas na
área rural de Ibipitanga, Novo Horizonte e Ibitiara, onde mais trabalhou. O povo
de Ibitiara e região é testemunha de outros feitos do padre Aldo em prol,
sobretudo, dos mais simples. Pelas mortes que foram evitadas, dores que foram
amenizadas, saúde recobrada em tantas pessoas; pelo zelo pastoral dispensado,
pessoas que puderam receber os Sacramentos e tantos outros feitos realizados
pelo padre Aldo, em Ibitiara, vive-se, nestes dias, uma experiência de
orfandade e de perda, pois o padre Aldo representa todos esses ganhos e, não
raramente, as pessoas são confundidas com aquilo que realizam, com os ganhos
que efetuam.
Mas, na certeza de que a eternidade está
em Deus e Dele emana aos Seus, podemos encontrar o devido consolo alimentando
em nossos corações a certeza da eternidade do padre Aldo, agora abarcado pelo
amor de Deus, em cujos braços repousa pela eternidade afora.
Pe. Rinaldo Silva Pereira
Chanceler do Bispado