Do
dia 1º ao dia 8 de outubro, nossa Igreja católica propõe a celebração da Semana da Vida, que culmina, no dia 8,
com o Dia do Nascituro. Instituída na
43ª Assembleia Geral dos Bispos (2005), a iniciativa visa a conscientizar sobre
o valor da vida. Neste ano, o tema proposto é: Vida e Sociedade.
A
vida é o primeiro dom de Deus; ponto de partida para os demais dons do Criador.
Assim, Ele mostra seu rosto repleto de cuidados e carinho. Compreender o valor
da vida e viver com sabedoria é a fonte da felicidade. Peço a Deus que nos
ensine a sabedoria para entendermos o valor da vida; Ele nos ‘ensine o caminho
da vida’ (Salmo 16/15, 11).
O
exemplo e os ensinamentos de Jesus reafirmam que “somos chamados a cuidar dos
mais frágeis da Terra” (papa Francisco, Evangelii
Gaudium, 209). Quem são as pessoas mais
frágeis entre nós? Basta olhar ao redor, com um olhar de atenção e
compaixão. Continua o papa: “Não nos façamos de distraídos! Há muita
cumplicidade... Muitos têm as mãos cheias de sangue devido a uma cômoda e muda
cumplicidade”.
Existem
vendedores de drogas entre nós? O que se faz para impedir que esse flagelo avance?
Existe pornografia, músicas e espetáculos indecentes? Existe uso e abuso de
álcool com consequências deletérias para as pessoas e as famílias? Encontram-se
situações de famílias que não têm o necessário para viver? Têm crianças
abusadas e maltratadas em nossas Cidades? E mulheres “que padecem situações de
exclusão, maus tratos e violência” (EG 212)?
A
lista seria longa demais para ser suficiente. Como gostaria que, além de
qualquer partido e qualquer vitória eleitoral – efêmera, barulhenta e ilusória
– todos que amam a vida juntassem forças, de mente e coração, para dizer: “Amo
a vida”, “defendo a vida”; sigo Aquele que é Caminho, Verdade e Vida e que veio para que todos tenham Vida em abundância.
Continua
o papa Francisco: “Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com
predileção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a
quem hoje se quer negar a dignidade humana... Muitas vezes, para ridicularizar,
jocosamente, a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se
apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista, conservadora; e, no entanto, essa defesa da vida nascente
está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção
de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em
cada etapa do seu desenvolvimento” (EG 213).
Vida e Sociedade,
então, caminham. Ano termina, ano começa; o tempo ‘foge’. Para onde queremos
caminhar? Quais sonhos e projetos de Vida
nossa Sociedade aponta? Pretendemos juntar
forças para tornar mais repletas de sabedoria
as nossas Cidades? Queremos, de
verdade, unir forças, antes que seja tarde demais, para ‘ganhar’ na construção
de uma Sociedade mais justa e
fraterna, responsável e solidária? Nós, adultos, queremos entregar às novas gerações
uma Sociedade mais transparente e
limpa, sábia e amante da Vida?
Então,
cada um (a) assuma sua responsabilidade, sem mediocridade e sem apontar dedos,
sem inimigos nem concorrentes. Ou melhor, sim, concorrentes no fazer o bem. Assim,
os Nascituros encontrarão uma Sociedade melhor. É o meu desejo.
Dom Armando