(Foto/Reprodução: Mandacaru da Serra) |
Érico Lopes de Oliveira (seu Érico), nasceu em Livramento de
Nossa Senhora, a 18 de outubro de 1929, filho de Fulgêncio de Oliveira e de
dona Eliza Lopes de Oliveira. Frequentou pouco a sala de aula – somente até o
1º ano – mas foi um artista nato, conseguindo exercer com suas mãos e
inteligência os ofícios de pintor, restaurador, escultor, marceneiro e pedreiro,
o que lhe possibilitou transformar sua casa de morada, em Livramento, num
espaço repleto de obras de arte, ligadas à fé ou não. Por 45 anos morou em São
Paulo, a trabalho, mas, aposentado, voltou para sua amada Livramento de Nossa
Senhora, em 2001.
Catedral de Nossa Senhora do Livramento, antes das reformas. |
São obras suas, em nossa Diocese, a restauração e pintura do
altar mor da catedral e da matriz de Barra da Estiva, como a restauração dos
quadros da Via sacra expostos na catedral, estes doados pelo Mosteiro de São
Bento da Bahia, na década de 1970, por influência do Irmão Pascoal, OSB, livramentense
de nascimento. Foi seu Érico quem deu à réplica da imagem de Nossa Senhora do
Livramento ajustes escultural e na policromia para se assemelhar à entronizada
no altar mor da catedral, uma vez que a adquirida em gesso, no início deste
século, em nada parecia à original. Ainda podemos enumerar o restauro de Senhor
dos Passos, imagem da imaculada Conceição e do busto de São Tarcísio, pertencentes
acervo da catedral, como merecem menção o restauro da pia batismal da catedral,
de incalculável valor sentimental a todos nós que ali nascemos na fé e para a
Igreja, e a escultura e pintura de uma imagem de santa Josefina Bakhita, por
ele doada à igreja na comunidade denominada Patos, pertencente à catedral. São
inúmeros os restauros, reparos, retoques e ajustes feitos pro seu Érico Lopes em
muitas obras de artes espalhadas por Livramento e região, de acervos e devoções
particulares como pertencentes a igrejas da nossa Diocese. E isso tudo feito no
silêncio de quem tão somente queria colaborar, o que acabou por transformar os
feitos em nobre simplicidade.
Em nossas memórias ficam a lembrança de um artista simples,
de fé, que não foi capaz de tornar despercebida sua imagem de artista e
presença em nossa comunidade eclesial. A casa de seu Érico e obras lá
existentes agora formam um legado sem igual deixado à posteridade
livramentense, cujos cuidados e preservação cobram dos herdeiros sensibilidade
e irrenunciável esmero de que ama a arte.
Pe. Rinaldo Silva Pereira
Chanceler do Bispado