LEITURAS:
Is 6,1-2a.3-
Sl 137
1Cor 15,3-8.11
Lc 5,1-11
O
tema central que perpassa a liturgia deste domingo é o chamado vocacional. Tal
tema é bem expresso pela Primeira Leitura, que narra um chamado profético, e
pelo Evangelho, onde Jesus, pouco tempo depois do início do seu ministério, afirma
que fará seus discípulos pescadores de homens. Refletir sobre o chamado
vocacional é uma oportunidade de analisar se, em nossas vidas, estamos indo ao
encontro do Deus que nos chama para em tudo amar e servir.
Na
primeira leitura podemos destacar três momentos específicos que nos ajudam a
melhor compreender o chamado: 1. A visão de Deus, modo através do qual o Senhor
se manifesta; 2. A purificação do profeta; 3. O chamado e a resposta. Esse esquema
recorda que a iniciativa é sempre de Deus, é Ele quem chama; a capacidade de
realizar a obra desejada é dada por Ele, que nos cumula de dons e nos purifica,
assim como purificou o profeta; finalmente, temos a resposta positiva daquele
que foi convocado, estando totalmente disponível.
No
Evangelho podemos sublinhar: 1. A escuta da Palavra de Deus: a multidão
aproximava-se para escutar o que Jesus tinha a ensinar; 2. A realização de um
sinal: mesmo não tendo pescado nada durante toda a noite, os discípulos lançam
as redes e recolhem muitos peixes; 3. O seguimento dos discípulos a Jesus:
deixaram tudo e O seguiram. Jesus promete fazer de seus discípulos pescadores
de homens. Segundo uma antiga compreensão, o mar era o lugar de habitação de
grandes monstros, assim, “pescador de homens” significa libertar os homens de
todos os perigos, de tudo o que cerceia a sua liberdade de filho amado de Deus.
O
Deus que chamou os profetas no Antigo Testamento, que chamou os discípulos no
Novo Testamento continua a chamar a cada um de nós; Ele conta com a nossa
colaboração. As formas de chamado são diversas, as funções a serem
desempenhadas também são muitas. Seguindo o modelo do Evangelho e da Primeira
Leitura, devemos estar atentos aos modos como Deus se manifesta, de maneira
especial na escuta da Palavra e na contemplação dos fatos cotidianos. Ainda,
devemos confiar na bondade divina, que nos prepara para abraçar o projeto de
Deus que se torna também projeto nosso.
A
ressurreição de Cristo na força do Espírito é o sinal máximo que o Pai nos dá,
como selo que autentica a missão do Filho. Dessa missão todos nós somos
chamados a fazer parte e, de igual forma, assim como participamos da vida de
Cristo pelo Batismo e pelo exercício de nosso chamado vocacional, também
participaremos de sua ressurreição. A disponibilidade dos profetas e dos
discípulos seja exemplo para nós. Maria, Mãe do Senhor, aquela que disse:
“Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), nos ajude a aprender meditar
a Palavra de Deus, para que possamos ouvir o chamado divino e abrir o coração
para fazer, em nossas vidas, a vontade do Senhor.
Sem. Júlio Cesar