
Os bispos apresentam ainda, algumas preocupações, no que se refere a crise ética, política, econômica e
cultural que tem se aprofundado cada vez mais no Brasil. E diz que, "a opção por um liberalismo
exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo,
ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da
população, favorece o aumento das desigualdades e a concentração de renda em
níveis intoleráveis, tornando os ricos mais ricos à custa dos pobres cada vez mais
pobres. O crescente desemprego, “outra chaga social, ao ultrapassar o patamar
de 13 milhões de brasileiros, somados aos 28 milhões de subutilizados, segundo
dados do IBGE, mostra que as medidas tomadas para combatê-lo, até agora, foram
ineficazes". A violência, “aos nossos ouvidos de pastores chegam o choro
das mães que enterram seus filhos jovens assassinados, das famílias que perdem
seus entes queridos e de todas as vítimas de um sistema que instrumentaliza e
desumaniza as pessoas, dominadas pela indiferença. O feminicídio, o submundo
das prisões e a criminalização daqueles que defendem os direitos humanos
reclamam vigorosas ações em favor da vida e da dignidade humana”.
Finalizando
os bispos afirmam: “O Brasil que queremos emergirá do comprometimento de todos
os brasileiros com os valores que têm o Evangelho como fonte da vida, da
justiça e do amor.” O caminho é longo e exigente, contudo, não nos
esqueçamos de que “Deus nos dá a força de lutar e sofrer por amor do bem comum,
porque Ele é o nosso Tudo, a nossa esperança maior” (Bento XVI, Caritas
in veritate, 78).