Ml 3, 1-04
Sl 23
Hb 2, 14-18
Lc 2, 22-40
“O rei da glória é o Senhor onipotente”
A liturgia deste domingo nos apresenta Jesus como a Luz da humanidade e presença viva de Deus em meio ao seu povo. Celebrando a Apresentação do Senhor no Templo, somos convidados a nos apresentarmos a Deus como oferenda agradável de louvor, não como aquelas carregadas de simbolismos vazios, mas sobretudo, alicerçada na Palavra do Senhor.
Seguindo a Lei Mosaica, Jesus é levado ao Templo por José e Maria para ser apresentado ao Senhor, conforme o costume da época em que o primogênito devia ser apresentado no Templo quarenta dias após o nascimento, e cumpria também o ritual de purificação da mãe. O evangelho faz a narrativa deste acontecimento que marca a história da nossa salvação. Lucas nos chama atenção para a singularidade deste acontecimento que não segue como os de costume, ao qual os pais apresentavam os seus filhos a Deus como gesto de oferta e agradecimento, uma vez que é o próprio Deus quem apresenta o seu Filho à humanidade nas figuras de Simeão e Ana, e estes, como símbolo da resistência e perseverança na fé.
A apresentação do Senhor no Templo vem nos recordar uma realidade concreta da nossa vivência de fé “a humanidade encontra o seu Senhor na Igreja”, este é o sentido da comunidade reunida para louvar a Deus indo ao encontro do Senhor. Na primeira leitura, Malaquias anuncia este encontro “Deus e a Humanidade” e o salmista nos anuncia que o “O rei da glória é o Senhor onipotente”. A segunda leitura relata a fragilidade humana e a condição de pecador, ao passo que nos é apresentado Cristo, Deus feito homem, nos regatando do pecado para a vida, pois a carne e o sangue que outrora fora submetidos ao pecado e ao poder do inimigo, agora por meio de Cristo são divinizados e libertados mediante a sua divindade e humanidade que nos revela o rosto misericordioso de Deus e o seu compromisso com a vida.
Assim como Simeão foi capaz de reconhecer em Cristo a Luz das Nações e em seus braços recebeu o Senhor, assim também nós, possamos reconhecer e acolher em nossas vidas Cristo como luz da humanidade, indo ao seu encontro e fazer essa experiência que nos liberta da morte para a vida em Deus, pois a liturgia que celebramos é o verdadeiro encontro entre Deus e nós. A exemplo da profetisa Ana, sejamos verdadeiros e autênticos na entrega a Deus por meio das nossas orações e serviços na comunidade, não como privilégio ou destaque, mas sobretudo como oferta que brota direto do coração. Simeão e Ana expressando a nossa história de vida e fé, possamos nós, transbordando do Espírito de Deus, capazes de enxergar as maravilhas do Senhor em nossas vidas, pois os olhos da fé não adormecem e nem a luz do coração jamais se apaga.
Que a liturgia deste domingo nos proporcione uma verdadeira experiência do encontro com Deus na vida da comunidade, e que alimentados por seu amor possamos ser luz na vida dos nossos irmãos e exemplo da verdadeira entrega e dedicação ao Senhor, pois toda oferta requer uma renúncia, e assim, seremos mais fiéis a Deus e ao irmão.
Élcio Bonfim Neves
4º Teologia
4º Teologia