Nosso Bispo nos escreve sobre o Ano da Fé



DIOCESE DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA (BA)


CARTA ABERTA À DIOCESE NA ABERTURA DO ANO DA FÉ
Amados Padres, caras Irmãs Religiosas, queridas e queridos Leigos e Leigas de  nossa Igreja particular de Livramento de Nossa Senhora: a graça e a paz estejam com vocês e aumentem cada vez mais, por meio do conhecimento que vocês têm de Deus e de Jesus, o nosso Senhor (2Pd, 1,2).

Escrevo para lembrar a todos que no dia 11 de Outubro – na comemoração dos 50 anos de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II – iniciaremos, com toda a Igreja católica, a celebração do Ano da fé. O papa Bento XVI está convidando todos os filhos e as filhas de nossa amada Igreja a “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo”, assim escreve na Carta apostólica “A Porta da Fé” (Porta Fidei: PF 2), escrita pela ocasião.
Uno-me ao desejo do papa, convidando-os para acolherem sua mensagem e, sobretudo, encontrarem modalidades e expressões para que este ano seja vivido com especial abertura interior na busca de fortalecer, renovar ou purificar sua fé.
A fé é dom de Deus que nós, com humildade interior e insistência, devemos pedir, como aqueles pais do menino doente que disse a Jesus: “Eu tenho fé. Ajude-me a ter mais fé ainda” (Mc 9,24).
Fé significa confiança e entrega de si mesmo nas mãos de Alguém que conseguimos enxergar só com “os olhos do coração”. Este olhar interior nos permite enxergar as dimensões mais profundas da existência humana e colher a presença de Deus na vida do dia-a-dia, nos pequenos e grandes acontecimentos que marcam nossa história.
Nós cristãos sabemos que Deus veio ao nosso encontro e falou não só por meio dos antigos profetas, mas ‘nos últimos tempos’, por meio do Filho Jesus, “Palavra feita carne que veio habitar no meio de nós” (cf. Jo 1,14). Ele, Deus visível aos nossos olhos, assumiu um rosto humano, falou com palavras humanas, amou com coração de homem. A fé consiste em abrir mente e coração para acolher a Palavra e realizar “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único salvador do mundo” (PF 6).
Em sua carta, o papa Bento XVI convida a “descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada” (PF 9) e dar um testemunho de maior credibilidade, “junto com o ato pelo qual decidimos, com plena liberdade, nos entregarmos totalmente a Deus” (PF 10).
À luz das reflexões do papa, pergunto-me: como nós, Igreja diocesana, podemos acolher e realizar o convite para renovarmos a fé, pessoalmente e como Igreja?
Apresento algumas propostas que – ao longo deste ano – procuraremos aprofundar e realizar:
a) Antes de tudo, um renovado empenho no projeto pastoral da Iniciação cristã que, neste ano, acentua o sacramento da Crisma ou Confirmação: as propostas da Carta pastoral sejam acolhidas com carinho e dedicação.
b) Por isso, todas as Paróquias e Comunidades organizem e realizem uma boa catequese de iniciação, dando muita atenção aos adolescentes e jovens, acolhendo-os e incentivando-os em sua caminhada de formação humana e cristã.
c) Acrescento a urgência de realizar iniciativas de catequese para adultos: nos tempos fortes de Advento e Quaresma, organizem-se encontros de catequese e momentos orantes com os adultos, sobretudo para os pais dos Catequizandos, mas abertos a todos.
d) Dê-se uma atenção especial às celebrações litúrgicas, com homilias bem preparadas, liturgias animadas, mensagens marcantes que toquem mentes e corações.
e) Ao longo do ano, cada Paróquia realize uma missão do despertar a fé nos batizados que, por vários motivos, deixaram a poeira esconder e abafar sua pertença à Igreja.
f) Organizem-se palestras, catequeses, celebrações mais fortes, mesas redondas com testemunhos significativos e de estudo sobre a fé, levando ao conhecimento de todos o Catecismo da Igreja Católica, na ocasião do XX aniversário de publicação.
g) Façam-se celebrações penitenciais e, à luz da Palavra, apareça, ainda mais clara, a proposta de vida nova do Evangelho para estimular os que esfriaram sua fé, e todos renovem, com entusiasmo e alegria de pertencer à Igreja de Jesus.
h) Continuem-se as visitas às famílias, anunciando o Dízimo, e cresça, assim, o amor à Igreja em todos os Dizimistas.
São estas algumas das possíveis iniciativas que proponho, sem excluir outras. Procuremos manter “o olhar fixo sobre Jesus Cristo autor e consumador da fé (Hb 12,2)” (PF 13) e “intensificar o testemunho da caridade... A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente” (PF 14).
Este é o meu desejo e meus votos.
Recebam todos minha bênção e saudação. Nossa Senhora Aparecida, a cuja festa estamos nos preparando a celebrar, nos proteja e acompanhe nossa caminhada de fé.

bispo diocesano