Ex 3,1-8ª.13-15
Sl 102(103)
1Cor 10,1-6.10-12
Lc 13,1-9
Continua
nossa caminhada quaresmal rumo à Páscoa. Jesus que tomou a decisão de subir a Jerusalém
(cf. Lc 9,51) onde se realizará a grande provação, caminha à nossa frente e nos
dá orientações para a nossa ‘sequela’, isto é, o nosso ser discípulos fiéis. A
liturgia de hoje nos ensina a olhar a história humana para vermos nela a presença
de Deus. Ele não fica indiferente aos sofrimentos do povo de Israel no Egito.
Por isso, escolhe um homem e o prepara, aos poucos, para demonstrar seu amor.
Moisés estava tranquilo em sua nova terra, depois de ter fugido do Egito. Mas,
agora deus o escolhe para uma missão, exigente e complexa. Deus, porém, não
deixa o escolhido sozinho nos momentos difíceis. Ele se revela como Aquele que
é fiel. E assim será porque Ele é ‘O Fiel’. O apóstolo Paulo recorda aos seus
cristãos de Corinto a experiência do Êxodo para alertar esta sua Comunidade.
Peguem o exemplo dos nossos antepassados, parece dizer o apóstolo, mas tenham
cuidado! Não repitam os erros deles: ‘Não murmureis’ e ‘Tomem cuidado... para
não cair’. Jesus é questionado a respeito de alguns acontecimentos do dia. Alguns
galileus, talvez do revolucionário partido dos zelotas, tinham sido esmagados pela
força bruta de Pilatos e – outro fato – na enquanto construíam a torre de Siloé
18 operários tinham caído e morreram. Eis a questão: aconteceu isso por que esses
tinham pecado? Esta era a interpretação corrente. Jesus nega e dá outra
interpretação: todo acontecimento vem para nos alertar e convidar a conversão! As
calamidades são sinal, sim, do nosso pecado, mas, também, convite de Deus para
que caminhemos de maneira diferente. Deus, acrescenta Jesus com a parábola da
figueira, é paciente. A figueira estéril, símbolo de Israel, é também símbolo
de cada um de nós quando vive à toa, sem produzir frutos de misericórdia,
solidariedade e amor. Não devemos, porém, abusar da paciência de Deus; o tempo
pode acabar. Então, eis o tempo de conversão como tempo de graça, tempo propício
para rever a nossa vida e consertá-la segundo o projeto de Deus. Refletimos nestes
dias para analisarmos nossos comportamentos, e vermos em que somos chamados a
‘vida nova’, mais coerente com o nosso ser cristãos. Que nossas atitudes sejam
de confiança sincera e, sobretudo na liturgia, expressemos nosso agradecimento
e louvor: “Bendize, ó minha alma, ao senhor, e todo o meu ser, seu santo
nome... não te esqueça de nenhum de seus favores” (Salmo).
Dom Armando