SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E SANTAS

Queridos irmãos e irmãs, no dia de ontem, dia 02 de novembro, a Liturgia convidava-nos a superar a dor da separação pela esperança da imortalidade e a professar a fé na ressurreição. Hoje, conduzidos por esta mesma fé recordamos a vida de todos aqueles irmãos e irmãs que se encontrando com o Cristo Jesus, consagraram-se a Ele para morrerem e viverem com Ele.
Ontem recordamos a finitude da vida humana, hoje abrimo-nos a grande compreensão que somos limitados, apenas para este mundo, o qual nem sempre nos conhece, desconhecendo o Cristo. Hoje lembramos que não somos feitos para este mundo, mas por aqui passamos, enfrentando tribulações e perseguições, semeando a vida, dom de Deus, para levar a Ele tantos corações entristecidos pelo sofrimento, pela dor, pelo pecado.
A solenidade de todos os santos e santas, nos convida a vivermos constantemente na presença de Deus, buscando constantemente, animados pela fé, as moradas eternas, para com eles participarmos do eterno convívio, estando “de pé diante do trono e do Cordeiro.” Os santos, como nos recordava o Santo Padre, o Papa Francisco, foram pessoas como nós que nas alegrias e esperanças de cada dia souberam buscar a Deus acima de tudo e a servi-Lo nos irmãos e irmãs. São pessoas que descobriram a verdadeira felicidade, as bem-aventuranças. São seres humanos que viveram na radicalidade a fidelidade a Deus por meio do seu batismo, da Igreja, do serviço silencioso aos mais necessitados, pequenos e excluídos. São pessoas que nos recordam com seu estilo de vida a vivencia da filiação divina, e ao mesmo tempo nos interpelam em quem colocamos nossa esperança, nossa fé e nosso coração.
A santidade não é mérito de algumas pessoas, é chamado de Deus para todos, “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar”. A Igreja, que caminha nas estradas do mundo rumo aos céus, é convidada a se transformar todos os dias, apesar das limitações, fraquezas e pecados, numa Igreja Triunfante. Uma Igreja Santa, cheia de Deus, plena de Deus, para transmiti-Lo com fidelidade, coragem e alegre esperança a todos os povos.
A vida de santidade é a vida de Cristo acontecendo em nós e dando sentido e plenitude a nossa existência neste mundo, rumo ao festim da eternidade. A vida de santidade não é um prêmio reservado somente para depois da morte, mas pela benevolência de Deus já aqui neste mundo deseja Ele que sejamos santos, como Ele é Santo. Uma santidade que não será plena aqui, somente no céu, mas que quer começar aqui, por meio de nossos atos, palavras e ações quando vivemos neste mundo como pessoas santas, plena de vida.

Aquela geração de homens e mulheres que nos precederam na eternidade nos incentiva, numa feliz esperança, de também nós chegarmos lá; se Eles conseguiram, ajudados pela Graça, porque não nós? Abramo-nos confiantes a Divina Graça e deixemo-nos ser conduzidos pelo Espírito Santo de Deus que nos reúne por amor, vivendo as bem-aventuranças como nossa norma de vida.

Pe. Gonçalo Aranha