O que é filosofia?

Esta pergunta é de cunho muito elevado e para respondê-la, precisa-se de muita atenção. Para isso, necessário se faz percorrer um caminho seguro, o qual dê o mínimo de segurança, para se adentrar no assunto, ou seja, no campo da filosofia e mais precisamente no âmbito do filosofar, que deve ser através do uso da razão de forma equilibrada, com o intuito de entender esta forma de adentrar neste campo tão vasto; a filosofia, assim, é a parte do conhecimento geral que coloca todos os homens de frente consigo mesmo, buscando sempre um desdobramento da questão: o que é filosofia?
Para se compreender mais claramente o campo da filosofia e sua problemática, necessário se faz a escolha do caminho certo e este não pode ser outro, senão a própria filosofia, isto é, para ser compreendida, é mister eleger um caminho, onde ela mesma nos aponta as maneiras de se fazer um estudo de si mesma, sem que se perca nas díspares descobertas que a pesquisa irá proporcionar. Deste modo, a afirmativa “filosofia, mãe de todas as ciências” encontra sua razão de ser exatamente nesta sua característica de buscar o ser das coisas e sua aplicabilidade ou não, pois o grande desafio de quem faz um caminho com a filosofia é descobrir que nem sempre ela tem uma maneira de ser aplicada na era do palpável, entretanto, a filosofia tem em seu cerne a capacidade de colocar o pesquisador na trilha da busca, no desejo da descoberta e no fascínio das escolhas.
Assim, sendo a filosofia, em sua raiz, com seus expoentes da antiguidade, período este que se denomina filosofia antiga, se debruçava na busca de uma linguagem mais depurada no ser das coisas, ou seja, o ente é aquilo que é e existe basicamente no ser, que contém sua essência e quando se pergunta por ele, na verdade se faz uma indagação: o que é isso? E ao questionar, como e exatamente se fazer filosofia, não porque esta se reduz a perguntar, e sim, porque busca sempre pelo fundamento das coisas. Para Platão e Aristóteles, a filosofia é uma dimensão do homem, que suscita espanto e que como consequência, surge dele algo, a filosofia é “fruto” de um espantar-se, onde se tem a possibilidade, com isso, de se chegar à origem do filosofar, é o eixo norteador; é o verdadeiro arkhé, isto é “o que é?” que perpassa qualquer passo da filosofia.
O senso comum, na compreensão das pessoas mais simples vê a filosofia como um eterno questionamento, contudo, a grande beleza dela está em perguntar para obter respostas mais acertadas. Desta maneira, para que um estudo seja bem feito, é preciso que se destrua o que está posto, pois este, muitas vezes é resultado de compreensões ingênuas, para assim, se inaugurar uma nova fase no processo de aprendizado da pessoa, sem, é claro, destruir no sentido de abandonar em definitivo, mas pôr um pouco de lado para assim, poder reorganizar o pensamento e se chegar a uma resposta certeira, numa forma de correspondência.
Desta maneira, as questões que envolvem o filosofar sempre estarão requerendo respostas e cada estudioso/filósofo dá a sua, a partir de sua pesquisa, por isso que não se tem um caminho que se possa dizer que é o ideal e definitivo, entretanto, o que se tem é uma disposição para se caminhar, rumo à meta que se pretende chegar: conhecer melhor a filosofia. Para isso, colocar-se a caminho é a atitude mais sensata, buscando sempre aprender e conhecer este campo tão vasto chamando filosofia, destacando a questão da correspondência, no tangente a fala, pois ela está a serviço da linguagem e esta, consequentemente não é mero instrumento de expressão, ela está a serviço da linguagem.

Élcio Bonfim
1º Filosofia