Rs
19, 9a. 11-13a
Salmo
84
Rm
9,1-5
Mt 14,22-23
Mostrai-nos, ó Senhor,
vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
Neste 19º Domingo do
Tempo Comum, temos a oportunidade de refletirmos sobre a revelação de Deus.
Desde sempre o Senhor se fez companhia fiel na caminhada humana, que não poucas
vezes é marcada pela falta de fé e pelo medo.
Em meio a tantos sinais
“barulhentos” presentes no mundo, na vida e sobretudo nos corações dos
cristãos, é sempre mais difícil a escuta e a percepção suave e leve da presença
de Deus. Tal contraste ajuda a compreender o distanciamento e a falta de
intimidade para com o Senhor.
É preciso vigiar e
desejar fazer a experiência do encontro com Deus: “Sai e permanece sobre o
monte diante do Senhor, porque ele vai passar” (Rs19,11). Elias, assim como
Moisés, soube identificar onde e como o Senhor estava, não na agitação, mas na
calmaria de uma leve brisa. Experimentar Deus é ser envolvido por uma sensação
de paz, é movimentar-se em direção à entrada da “gruta existencial” e assim
reconhecer o Senhor que sempre passa mostrando sua bondade.
Na segunda leitura
constatamos mais uma vez o desejo de Deus em vir ao encontro dos homens e em
revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade. A proposta de salvação é
oferecida a todos. São Paulo nos convida a estarmos atentos às manifestações
desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.
O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa “viagem”, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo.
O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa “viagem”, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo.
Enquanto Jesus está em
diálogo com o Pai, os discípulos estão sozinhos, em viagem pelo lago. Essa
viagem, no entanto, não é fácil nem serena. É de noite; o barco é açoitado
pelas ondas e a navegação se torna difícil com o vento contrário. Os discípulos
estão inquietos e preocupados, pois Jesus não está com eles.
A cena que nos é
apresentada refere-se, certamente, à situação da comunidade a que Mateus
destina o seu Evangelho (e que não é muito diferente da situação de qualquer
comunidade cristã, em qualquer tempo e lugar).
A “noite” representa as trevas, a escuridão, a
confusão, a insegurança; as “ondas” que açoitam o barco significam a
hostilidade do mundo, que bate continuamente contra o barco em que viajam os
discípulos e os “ventos contrários” representam a oposição, a resistência do
mundo ao projeto de Jesus.
Como os discípulos se encontravam desanimados,
desiludidos e incapazes de enfrentar as tempestades que as forças da morte e da
opressão (o “mar”) os lançaram, também nós, avessos à oração, descrentes da
certeza de que Jesus sempre está de mãos estendidas, podemos correr o risco de
sermos tragados pelas águas.
Que animados pela
palavra do Senhor, continuemos firmes no propósito de procurá-lo
incessantemente nas coisas simples do dia a dia, e que com o acalmar-se das
ondas a paz possa ser restabelecida, para que assim, possamos escutar o Senhor
que nos chama “vem!” sem medo algum de afundarmos.
Oremos ainda neste mês
vocacional por todos nós, vocacionados à vida e ao amor, de modo especial por
todos os pais, para que a nossa vida seja uma constante adoração diante da Luz
teofânica e salvadora que é o próprio Cristo.
Antônio Carlos Flor Bonfim
3º ano de teologia