SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

LEITURAS:
1ª Leitura: Est 5, 1b-2; 7-2b-3
Salmo: 44 2ª Leitura: 
Ap 12, 1.5.13a.15.16a
Evangelho: Jo 2,1-11

Queridos irmãos e irmãs hoje, jubilosos recordamos a aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição que amorosamente tornou-se no coração do povo brasileiro Nossa Senhora Aparecida. Celebrando o dia do Senhor, o domingo, estamos unidos a tantas comunidades que esparramadas por este Brasil celebram a Santa Missa e a maioria a celebração Dominical da Palavra de Deus. Nossa Senhora Aparecida é a feliz tradução do cântico que ela mesma cantou na casa de Isabel: “Derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes”, e o grande ensinamento de toda a sua vida, quando no evangelho que escutamos ela diz ao Filho: “Eles não tem mais vinho”. Maria santíssima não só cantou, mas acreditou neste Deus dos humildes e que se faz humilde. Sobre ela ensina-nos santa Isabel: “Bendita aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
Aos pés de Maria, a Igreja que nós somos, assembleia dos batizados, congregados pelo Deus de justiça no amor de Cristo, deve ser para o mundo este sacramento vivo de Cristo, este sinal permanente de humildade que testemunha a alegria do Evangelho, “fazendo o que Ele (o Cristo) disser”. Uma Igreja centrada na humildade se torna uma Igreja de “portas e corações abertos” como nos pede o Santo Padre o Papa Francisco. Uma Igreja de todos e para todos, que se preocupa com todos e se coloca na defesa dos mais pequeninos.
A primeira leitura nos apresenta Ester como a mulher que intercede junto ao rei pela vida do seu povo, a segunda leitura São João nos traz a missão da Igreja, que é gerar os filhos e filhas de Deus, que é conduzir estes filhos no meio da humanidade, porém esta missão incomoda os grandes e interesseiros que de todos os modos tentam manter suas mordomias as custas do povo sofredor que ainda em nossos tempos é enganado e iludido por propostas mentirosas ou que nunca sairão do papel.  A Igreja como mãe encontra em Maria o incentivo de voltar-se constantemente para seu Esposo e pedir pelos necessitados, pelo mundo; e N’ele aprender a construir o Reino de Deus na história, que traz a verdadeira alegria não deixando a festa da vida acabar.
O Dragão que desponta na segunda leitura é símbolo do mal. É aquele instrumento do demônio que procurar destruir o projeto de Deus na humanidade, que tenta nos iludir dando-nos a impressão que o mal está vencendo, quando vemos leis em favor do aborto sendo aprovadas e incentivadas pelos líderes políticos, quando vemos obras públicas incompletas ou até mesmo prontas, mas sem uso e o dinheiro do povo sendo colocado nos bolsos dos gananciosos e o pobre recebendo migalhas, desfaçadas com tantos nomes bonitos, mas infrutuosos; o mal parece devorar as nossas famílias quando a violência contra a mulher, contra os idosos e crianças invadem as nossas casas; quando a prostituição se torna instrumento de trabalho ou ação comum entre esposos e namorados, quando os valores são sufocados por uma cultura consumista, hedonista e materialista; quando os nossos jovens se tornam instrumentos de estudos sociais e objetos de especulação no sexo, e caminhos não lhe são apresentados. Eis alguns dragões do nosso tempo, porém por maior que ele se apresente, ele não é forte o bastante para destruir a nossa vida, a nossa esperança, os nossos sonhos. Só uma terça parte das estrelas ele consegue varrer, não tem força de varrer todas, porque o filho, é levado para junto de Deus. Sim! Maria Santíssima, nossa doce mãezinha de Aparecida é esse grande sinal que no céu brasileiro qual aurora que precede o sol, surge para nós. Deus é conosco! Ele não nos abandona diante do mal, mas nos fortalece com o seu Espírito para vencermos todo poder inimigo, ele nos deu o cetro de ferro, e com ele sustentados na graça santificante poderemos criar espaços para os nossos jovens, para a nossa gente, fazendo com que a vida vença a morte, e a violência dê lugar a paz.
Que esta solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nos traga um olhar de esperança sobre o mundo para com ousadia anunciarmos a fé em Jesus Cristo, que nos é transmitida por meio dos sinais que Ele opera na vida da Igreja, manifestando a glória de Deus.
Pe. Gonçalo Aranha