3. Eucaristia e vida. A Eucaristia
educa nossa vida para torná-la coerente com a vocação cristã!
Eis alguns aspectos dessa pedagogia eucarística. A
Eucaristia educa:
A.
ao acolhimento e à
gratuidade. Na Igreja somos acolhidos. Acolham-se
uns aos outros, como Cristo acolheu vocês, para a glória de Deus (Rm 15,7).
Este estilo deve gerar a mesma atitude para com os irmãos. É um estilo de
vida evangélico que permeia todos os relacionamentos, no cotidiano;
B.
ao dom de si. O que tenho e não o recebi? Diz são Paulo. Viver nossa vida
como um presente que recebemos e que, por isso, procuramos partilhar. Esse
estilo de partilha deveria ser normal! Deixando-nos formar pelo Senhor
que se doa, aprender a sermos dom, e, assim, seremos instrumentos para que o
dom de Deus passe aos irmãos. Assim a Eucaristia estimula o empenho e a
responsabilidade;
C.
ao diálogo. Na celebração da Eucaristia existe um diálogo constante. Antes de
tudo, somos convidados à escuta do Senhor que fala. Pronunciamos o nosso
sim à Palavra, com o Creio, com o qual, não só professamos nossa
fé, mas manifestamos a vontade de conformar nossa vida à Palavra. O diálogo com o Senhor deve continuar na
vida, com todos: em nossa família, no trabalho, nos encontros. Exige
disponibilidade para abrimos aos irmãos, superando desconfianças, suspeitas,
concorrências;
D.
ao
martírio: “A Eucaristia
é o momento em que a vida da Igreja se reúne ao redor do Cristo pascal. Recebe
o dom de seu amor oblativo e depois e lançada pelas estradas do mundo para ser
presença de bom samaritano, quase para fazer experimentar aos irmãos a
intensidade e a força com que Deus os ama, com a qualidade mesma do seu amor”.
Ao longo da história, numerosos mártires alicerçaram na Eucaristia sua coragem
e sua fé;
E.
ao serviço. Lembremos, de maneira especial, o lava-pés. Este, também, é
memória viva e convite entregue
à Igreja para agir como Jesus. De maneira plástica, ensina qual é o estilo de
vida da Igreja, chamada a ser no mundo sinal de sua presença. Serviço
não significa fazer algo pelos outros, mas o que os outros precisam, e da
maneira que melhor os favoreça. Serviço vivido, antes de tudo, com a própria
profissão; com honestidade, competência e humanidade;
F.
à missão: Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês (Jo
20,21). A igreja vive para ser é enviada. E na Eucaristia finca suas raízes. O
Espírito, que deu vida ao corpo morto de Cristo, continua dando vida à sua comunidade.
A força do Espírito do Senhor continua agindo e sustentando no caminho da
fidelidade. A Eucaristia educa, ainda, para um espírito ecumênico e universal.
Torna-nos sensíveis para com os irmãos e irmãs que vivem em condições de
sofrimento e marginalização, para sermos construtores da paz que Cristo
deixou como dom e responsabilidade, que é fruto da justiça.
Perguntas: 1. Qual o sentido tem a Eucaristia em sua vida? A
participação à Santa Missa é algo importante e vivido com fidelidade? Quais
consequências têm para a vida do dia-a-dia?
2. Por que tantos batizados não vivem sua relação profunda e
coerente com a Eucaristia? Por que o rito, tantas vezes, não mexe com o resto
da vida?
Dom Armando