Desde
Março de 2010, nossa Diocese teve como ‘prioridade pastoral’ a Iniciação cristã e seus Sacramentos
(Batismo, Crisma, Eucaristia). Acompanhei a caminhada com quatro cartas
pastorais; nelas podem encontrar numerosas reflexões e propostas pastorais.
Nesta
Coluna litúrgica, hoje, retomando
algumas daquelas reflexões, pretendo apresentar o assunto: A celebração do Sacramento do
Batismo de Crianças, dentro do tema mais amplo da Iniciação cristã. De fato, para realizar o Batismo, a Igreja
católica tem dois Rituais: o Ritual do Batismo de Crianças (BC) e o Ritual de
Iniciação Cristã de Adultos (RICA), isto é, para os que já completaram 14 anos,
considerados ‘adultos’ pela Igreja e para os quais existe não só uma rápida e
sintética celebração, mas a proposta de uma longa caminhada de iniciação à fé e à vida da Igreja. Pela
fé da Igreja, esses Sacramentos são os sinais que enxertam no Corpo místico de
Cristo os novos membros e fazem participar do Povo de Deus. Por enquanto, vamos
conhecer melhor o Sacramento do Batismo de crianças e sua celebração.
Penso que, todos os leitores
deste blog já participaram de alguma celebração de Batismo de crianças. Pergunto:
o que mais chamou a sua atenção? Algo ficou não muito compreensível? está certo
a Igreja católica batizar crianças?
Gostaria
que procurássemos entender o sentido deste Sacramento, observando os gestos e
escutando o que dizem os textos litúrgicos. A Igreja manifesta sua fé através
da sua liturgia. Então, é oportuno compreender o sentido dos Sacramentos a
partir da celebração. O Batismo é o Sacramento que introduz na vida nova em Cristo
e na comunidade de fé e amor dos seguidores de Jesus, isto é, a Igreja.
Como
vimos pela celebração da Eucaristia, temos quatro momentos: os ritos de acolhida, a Liturgia da Palavra, a Liturgia
do Sacramento e os ritos finais. Vamos
examiná-los um por um, procurando entender seu sentido e, assim, participar com
maior intensidade e compreensão.
Os
Ritos de acolhida.
Batizar uma criança (até aos sete anos), é um gesto muito bonito, é momento de
festa, e não só pela família da criança e seus familiares, mas também pela
Comunidade cristã na qual a criança entra. Por isso, lemos no Ritual, “as
crianças sejam batizadas em celebração comunitária, quanto possível, no
domingo, dia em que as comunidades cristãs se reúnem para fazer memória da
ressurreição de Jesus”.
Vivemos
numa sociedade em que domina uma mentalidade individualista e, neste clima de
subjetivismo, a religião, também, pode ser procurada só para satisfazer emoções
individuais e exigências familiares. As primeiras dificuldades que certos pais
encontram em aceitar o que a Igreja propõe, está aqui: o Batismo vivido como se
fosse um evento individual e a Igreja procurada, só ou quase exclusivamente, para
satisfazer as exigências de um ‘rito de passagem’, que tem um sentido
antropológico profundo, mas que, para os cristãos, é muito mais, sendo participação na morte e ressurreição de
Cristo’ (cf. Rm 6,3) e vida nova em
Jesus ressuscitado.
Observa-se,
tantas vezes, como que uma defasagem entre a procura por parte da ‘freguesia’ e
a ‘proposta da Igreja. Somente compreendendo o sentido dado pela Palavra de
Deus e pela Liturgia da Igreja, a celebração adquire a sua verdadeira beleza e o
seu sentido. Então, convido a todos para ficarem bem atentos quando
participarem de uma celebração do Batismo de uma criança, observando gestos e
palavras que acompanham a celebração mesma.
Dom Amando