O
primeiro dos ‘sinais da fé’ que fundamenta e constroe a vida cristã é o
Batismo. Sua celebração começa à porta da Igreja. Quem preside, acolhe a todos com
alegria e carinho, sobretudo dá atenção especial às crianças que vão ser
batizadas, aos pais, padrinhos, familiares e amigos. Antes de tudo, pergunta
aos pais o nome que escolheram para os filhos e, dialogando, questiona pais e
padrinhos a respeito do que estão pedindo à Igreja de Deus para suas crianças,
‘se querem ajudá-las a crescer na fé, observando os mandamentos e vivendo na
comunidade dos seguidores de Jesus’; aos padrinhos, pois, pergunta se estão
dispostos a colaborar com os pais nessa missão.
O
batismo é o sacramento que introduz na Igreja; por isso, pede-se também à Comunidade
reunida se ‘quer ser uma Comunidade de fé e de amor para as crianças’ que vão
ser batizadas. Todos deveriam responder ‘sim, queremos’. A resposta deve ser consciente
e responsável e não só formal, porque exigida pelo rito. Por isso, eis a
necessidade que pais e padrinhos / madrinhas tomem consciência do que estão
fazendo, a fim de que as respostas manifestem, com sinceridade, o que brota do
coração e transforma a vida.
Esse
primeiro momento termina com um gesto significativo: o sinal da cruz é
traçado na fronte das crianças, é ‘o nosso sinal’, diz o ritual, o ‘sinal de
Cristo Salvador’. O sinal da cruz é feito na fronte dos batizandos por quem
preside, pelos pais e padrinhos e por alguém em nome da Comunidade.
Termina-se
com uma breve oração que visa preparar para a Liturgia da Palavra pedindo a
Deus que ‘caminhemos na vida nova’ dos ressuscitados.
Permito-me
destacar a necessidade de procurarmos entrar com a mente e o coração nos gestos
e nas palavras que a liturgia da Igreja propõe para compreender e viver cada
elemento com autenticidade e torná-lo uma luz que ilumina nossa vida. Somente
assim, o que se celebra na Igreja vai adquirindo sentido e sabor e toda
celebração pode encher de sentido humano e religioso a vida e alimentar a fé.
Infelizmente,
em minha experiência constato que boa parte de pais e padrinhos e, também, dos
católicos que participam dessas celebrações, entendem pouco dos ritos e,
portanto, os símbolos, as palavras e os gestos da liturgia não falam aos
corações nem à vida. Assim sendo, eis a urgência – sobretudo por parte dos
pastores e seus colaboradores – de iluminar com competência e celebrar com
cuidados e muito amor cada batismo. Tenho certeza que, aos poucos, com solícita
e constante formação, a liturgia tornar-se-á momento forte de vida eclesial. Para
isso, porém, é necessário que toda a vida eclesial prepare e seja organizada de
tal forma que introduza e faça respirar um clima de fé, de participação e de
vivência comunitária. Se isso faltar, a liturgia, sozinha, não conseguirá alcançar
seu objetivo.
Dom Armando