Nestas anotações sobre ‘batismo de crianças’, vimos o sentido da
Palavra de Deus no contexto celebrativo do batismo. À escuta da Palavra, segue
uma breve homilia. O Ritual (n. 50) escreve que a homilia visa “aprofundar o
mistério do batismo... procurando evidenciar a relação entre a vida das pessoas
e os apelos do Senhor. Recomenda que “a Palavra de Deus, acolhida na fé,
conduza ao encontro sacramental com o Senhor”. Como acontece de costume, pede-se
que, no fim da homilia, se faça um momento de silêncio; pode-se, também,
acrescentar um canto apropriado (cf. Ritual 51).
Segue
a oração dos fiéis e a invocação dos santos. A Igreja pede ao Senhor ‘da
vida’ a graça que estas crianças possam ‘crescer na alegria do Reino’, ‘sejam
protegidas’, ‘convivam em harmonia e respeito com a natureza e se alegrem com
as maravilhas divinas’; reza-se para que pais e padrinhos sejam abençoados e
sejam ‘fiéis testemunhas da fé para seus afilhados e que a comunidade toda se
empenhe ‘a serviço da vida e da esperança’. Trata-se de orações propostas pelo
Ritual, mas, para que não sejam simples palavras de circunstância, devem ser consideradas
com os pais e os padrinhos, sobretudo na preparação ao batismo. O Ritual propõe
três esquemas de orações e, como de costume, é oportuno acrescentar outras
preces espontâneas, ligadas à situação concreta dos presentes.
Esta segunda parte da celebração termina
com um gesto e uma oração. Lê-se no Ritual (n. 55): “Quem preside, os pais e as
mães, os padrinhos e as madrinhas impõem as mãos sobre a cabeça das crianças e
fazem uma oração em silêncio”. Segue uma oração para pedir a Deus de dar às
crianças a força de Cristo e a luz do Espírito, para que vivam sempre como
filhos e filhas da luz e, ‘libertas do poder das trevas’, enfrentem as
tentações do mal. Outra oração pede ao “Deus da vida e do amor” que, “como
templos vivos do Espírito Santo, manifestem as maravilhas do vosso amor”. Quem
preside unge as crianças no peito dizendo: “O Cristo Salvador lhes dê sua
força. Que ela penetre em suas vidas como este óleo em seus peitos”. E unge o
peito de cada criança de maneira ‘abundante e expressiva’, recomenda o Ritual
(n. 57).
Observamos que palavras e ritos
expressam, com riqueza de mensagens, o sentido do batismo e as exigências de vida nova em
Cristo. Mais uma vez, constatamos que, para uma adequada catequese, o rito
mesmo oferece material muito significativo; basta destacar o que se diz e se
faz. O documento conciliar ‘Sacrosanctum Concilium’ já recomendava que os fiéis
‘não assistam à liturgia ‘como estranhos e mudos expectadores’, mas sejam
introduzidos na compreensão daquilo que se celebra; de fato, a liturgia se realiza
‘per ritus et preces’, diz o
Concílio, isto é, ‘por meio dos ritos e das orações’ e sua compreensão é
indispensável para uma participação ‘consciente, piedosa e ativa’ (cf. SC 48).
Desejo que isso aconteça em cada
celebração e que, sempre mais intensamente, as nossas celebrações litúrgicas se
tornem ‘momentos de graça’, isto é, oportunidades preciosas para cada um(a)
viver um encontro transformador com o Senhor.
Dom Armando