SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

LEITURAS:
Is 60,1-6
Salmo 71;
Ef 3,2-3a, .5-6;
Mateus 2, 1-12

Onde e como se encontra Deus? Ou, onde e como Deus se manifesta? São as perguntas que acompanham a nossa reflexão, hoje, solenidade da Epifania do Senhor. Epifania quer dizer ‘manifestação’. Então, você que está (se estiver!) à procura de Deus, eis alguns sinais para caminhar ao seu encontro.
O evangelista Mateus conta que alguns magos do Oriente [não se diz que eram três nem reis; será só uma tradição posterior que acrescenta – e inventa – isso] chegaram a Jersualém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo’.
Para enriquecer  a mensagem da festa, a liturgia apresenta como I leitura um belo texto de Isaías que cria uma atmosfera de alegria: ‘Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz... sobre ti apareceu o Senhor... ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte’. Acontece, assim, na vida humana quando Deus entra e toma posse da pessoa, e se dá pela bondade do Senhor, tudo é seu dom, tudo é graça. O profeta, que escreve depois da dura experiência da escravidão do povo de Israel em Babilônia, abre a esperança e a espera da salvação para todos os povos: ‘todos se reuniram e vieram a ti... virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso’. A presença do Filho de Deus, Jesus é, hoje, a razão de nossa alegria.
O Salmo, também, respira alegria e abertura a todos os povos: ‘As nações de toda a terra hão de adorá-lo. e todas as nações hão de servi-lo’. Uma humanidade nova, justa e solidária vai surgir: ‘Nos seus dias a justiça florirá e grande paz... Libertará o indigente... e o pobre... terá pena do indigente e do infeliz’. Essa novidade de vida alimentará a espera e a esperança do Messias.
Da cadeia, onde se encontra a motivo de sua fé e de sua missão, o apóstolo Paulo  manda aos critãos de Éfeso uma mensagem de esperança e consolo (II leitura). Ele sente de ter recebido o ministério de anunciar o mistério, isto é, o projeto de Deus, que ele recebeu como dom e tornou-se a razão de sua vida: ‘os pagãos são admitidos à mesma herança... são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho’.  
Agora, torna-se mais significativa a página do Evangelho. Os magos que, guiados por uma estrela se põem à procura do ‘recém nascido’, são como o símbolo e representantes de todos – povos e pessoas – que vão em busca de uma luz que ilumine sua vida com desafios, incompreensões e mistérios. Onde se encontra a resposta? Em Deus que vem ao encontro do ser humano não no esplendor da Cidade, ou na riqueza e força mas, na humildade e simplicidade de uma criança. Só que tem olho e coração puros, consegue enxergar essa presença terna e amorosa de Deus na história da humanidade e na vida de cada um(a). O evangelho todo o mostrará.
Para compreender e acolher essa presença, porém, é preciso a luz da fé. A salvação, agora, é oferecida não mais a partir da pertença a um povo, mas somente pela fé. Por isso, na oração de pós-comunhão, pedimos que ‘possamos acolher com fé e viver com amor o mistério de que nos destes participar’.
Perguntemo-nos:
1. Qual atitude temos para com a presença de Deus em nossa vida? Onde e como  procuramos o Senhor? (ou, não estamos interessados nessa procura?).
2. Quais obstáculos, hoje, impedem o encontro com o Senhor? Como superá-los?

Dom Armando