A questão antropológica ocupa lugar
central na Filosofia. De fato, ao mesmo tempo que o homem desenvolve
questionamentos sobre tudo que está à sua volta, busca compreender também o
porquê da sua existência a fim de conscientizar-se sobre si. Nessa tarefa se
desenvolvem muitas inquietações, entretanto há uma muito pertinente que se
refere à sua posição no vasto campo do entendimento, isto é, do saber. Pensando
nisso, diversas maneiras de conceber o homem foram criadas ao longo da
trajetória filosófica priorizando ora aspectos da vida interior, ora elementos
que revelam seu posicionamento diante do seu semelhante, da sociedade e da
natureza. Com isso, trazendo essa questão para tempos não muito distantes do
que ora se vive, depara-se com uma nova concepção sobre o homem que mesmo
distinta como as demais são, apontam para aspectos tendenciosos à visão
simplificada ou reduzida, ou seja, que se limita a criar conceitos somente com
pequenas reflexões, ofuscando a totalidade humana. Um exemplo notável disso é a
visão do homem na cultura capitalista cuja restrição à necessidade econômica
conduz toda sua vida como se ele fosse somente movido por dinheiro. Por esse
motivo, torna-se necessário adquirir uma visão integral capaz de olhar o homem
no seu todo, caso contrário não será possível dar valor a este ser possuidor de
uma essência peculiar, que é inserido no mundo com uma existência que lhe
garante no decorrer do tempo, a possibilidade de desenvolver as dimensões com as
quais é formado. Assim como Santo Tomás de Aquino afirmou, o homem é corpo e
espírito, porque ao mesmo tempo que se submete às leis da matéria participa dos
privilégios do espírito, por isso, torna-se cada vez mais paradoxal entendê-lo.
No entanto, é preciso evitar qualquer redução na maneira como olhá-lo, seria
recusar, aprofundar e ampliar o debate sobre o ser humano. Assim, dentre os
inúmeros humanismos existentes, há um que poderá contribuir significativamente
uma nova visão do homem, trata-se do humanismo cristão, resultante dos
pensadores que alimentam o pensamento tomista atualizando a ideia de que a
pessoa significa o que de mais perfeito e elevado existe no universo. Será
muito interessante, caro leitor, pesquisar sobre essa nova forma de olhar o homem.
O que o humanismo cristão busca é exatamente o ideal de Cristo de “fazer morrer
o ‘homem velho’ e dar lugar ao ‘homem novo’”. Mas esta transformação não é só obra
do homem, mas primeiramente de Deus e do homem com ele.
Sem. Marcos Bento
1º Teologia