Nossa
reflexão sobre ‘batismo de crianças’ chega ao fim, analisando os ritos
finais. Compreendem três momentos: a oração do Senhor, a bênção e a
despedida.
Vimos
que, na celebração de batismo, os ritos deveriam acontecer em quatro lugares: a
acolhida, à porta da igreja; a liturgia da Palavra, nos bancos próximos ao
‘batistério’ ou pia batismal; a renovação das promessas batismais e o rito do
batismo com seus ritos complementares, ao redor do ‘batistério’; enfim, todos
que participam da celebração – se o espaço permitir – aproximam-se do altar,
levando acesa a vela dos que foram batizados e cantando um canto batismal.
Junto
ao altar, quem preside diz: “Esta criança que foi batizada é chamada, em
Cristo, a viver plenamente como filha de Deus Pai. Por isso, ela precisa também
ser fortalecida pelo Espírito Santo no sacramento da confirmação e alimentada
na Ceia do Senhor”. Ao redor do altar, todos rezam a oração do Senhor, o Pai nosso. Pode-se concluir com as palavras (do
livro antigo da Didaqué): “Pois vosso é o reino, o poder e a glória para
sempre”.
Com
esse rito, a igreja recorda que batizar uma criança é só o primeiro passo e que
têm mais outros dois sacramentos da iniciação
cristã, crisma e eucaristia. O batismo é o ‘sacramento de entrada na
igreja’, mas, pede-se que a iniciação à fé continue até a sua plenitude. Por
razões que aqui não temos a possibilidade de explicar, há pouco mais de um
século, a eucaristia foi antecipada e – de costume – é celebrada antes da
crisma; mas, o sacramento da ‘maturidade cristã’ é a eucaristia.
Em
seguida, quem preside abençoa a mãe, o pai e os padrinhos. À mãe, o texto do
ritual deseja que ‘seja feliz vendo seu (sua) filho(a) crescer em idade,
sabedoria e graça’; ao pai, faz-se votos que ‘unido à sua esposa, tenha a
alegria de oferecer condições de vida digna para seu (sua) filho(a) e o
incentivo da fé’; aos padrinhos, ‘que sejam membros vivos do povo de Deus’.
Enfim,
antes da despedida, tem um rito breve e significativo, ao qual o povo, por
antigo costume, dá muita atenção e chama, impropriamente, de ‘consagração a
Nossa Senhora’. O ritual o chama de ‘ato
de devoção a Maria’, ato com que ‘se confia a criança à especial proteção
de Maria, Mãe de Deus e dos discípulos de Jesus’. A oração pede que a criança,
‘conduzida pelo Espírito, seja fiel ao Evangelho, cresça em sabedoria, idade e
graça na Igreja e diante de Deus’.
Finalizando,
destaco mais um convite: todos reflitam a respeito das palavras e dos gestos
com que se celebra o sacramento do batismo. Trata-se de palavras e gestos muito
significativos. É preciso que os cristãos tomem consciência e vivam o que
celebram, com coerência e fidelidade. Por isso, antes da celebração, pais e
padrinhos sejam esclarecidos a respeito do sentido do batismo de um filho ou
afilhado. Por esse motivo, são propostos os encontros de preparação ao
batismo por parte das Paróquias; visam ajudar a compreender melhor esse
momento importante na vida de uma família cristã. Desse modo, o sacramento não
será só um ato de tradição ou um rito mágico, mas um sinal da fé da Igreja, que
pais e padrinhos manifestam, junto ao compromisso de ‘educar’ na fé a criança
que é batizada.
Desejo
que todos possam compreender e valorizar o que a Igreja – como mãe – deve e
procura ensinar.
Dom
Armando