Espanto: atitude filosófica ou a perca de tempo


Uma atitude fundamental à Filosofia, e arrisco dizer que à vida, é o espantar-se, o “admirar-se de ou com” algo, alguém, alguma atitude. Que seria da Filosofia se, como conta-nos a história, em determinado momento Tales de Mileto não “encucasse” a ideia de saber de onde tudo vinha e o que dava origem ao mundo?
Possível, ai, seria que ainda nos contentássemos com as “historinhas” que a tudo explicavam, sem muito critério ou preocupação com a verdade, mas que existiam para calar a ânsia humana de saber o porque, verdadeiro, das coisas.
Mas, se existem os mitos, não será porque, antes de Tales, alguém não já se terá espantado com a existência? Eis que o “Espanto”, portanto deve ter surgido tão logo o ser humano “tomou consciência de si” e passou a querer ir além do imediatamente dado, ou de explicações fantasiosas.
Agora, lançando olhar no hoje de nossa época, percebo que estamos, de novo, nos colocando em atitude similar aos antecessores de Tales, e, aceitando qualquer explicação para muita coisa séria. Estamos perdendo a capacidade de nos espantar com as coisas, e quando ainda nos espantamos, logo achamos uma informação rápida que preencha aquela “novidade” em coisa passada, o que nos dá sede de um sempre novo.
Sociedade rápida, era da informação, mudanças: estes termos nos tomam conta, muito porque, não temos diversidade de Sócrates nos dias de hoje. O ateniense tagarela, sem muito a fazer, andava pelas ruas da capital indagando a vida das pessoas, que, ou dele tomavam raiva, pela insistência de suas perguntas, que mexiam no profundo das pessoas, ou a ele se rendiam.
Aí está, falta-nos pessoas desocupadas para perguntar (filosoficamente) e atentas para buscar uma resposta. Mas não perca seu tempo, deve ter coisa mais importante a FAZER do que querer saber bobagens como o SENTIDO DA VIDA.

Kleber Chaves
2º Filosofia