Um pouco sobre Descartes

O filósofo Rene Descarte iniciou seus estudos no colégio Jesuíta de La Flèche, onde, logo é inspirado nos princípios da filosofia escolástica. No entanto, esta metodologia de ensino mesmo sendo sensível as novidades científicas e principalmente ao estudo da metafísica, não é capaz de satisfazer todos os anseios dele, deixando-o insatisfeito e confuso.
É por tal inquietação que o filósofo se dá conta do abismo entre sua orientação cultural e as novas ciências e filosofias que surgiam em toda parte, percebe também a falta de uma série metodológica capaz de guiar as ideias existentes à busca da verdade. Para Descartes, a cadeia silogística tradicional não permitia aos dialéticos formar, com arte, nenhum silogismo, a lógica tradicional nada mais fazia que ajudar a expor a verdade mas não a conquistá-la, mesmo admirando o rigor do saber matemático ele também critica tanto a aritmética como a geometria tradicionais por não sustentarem uma orientação metodológica.
Descartes querendo apresentar regras certas e fáceis que pudessem ser observadas por quem quer que seja sem tomar o falso por verdadeiro elabora as regra do método: A primeira regra é a da Evidência, na qual “não se deve acatar nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência...”
A segunda regra é da Análise, que consiste em dividir cada problema que se estuda em tantas partes menores quantas forem possíveis e melhores necessárias, para resolvê-los.
A terceira é a Síntese que se dá em: “conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos”.
 A quarta e última é a regra da enumeração e revisão, sendo que a primeira verifica se a análise é completa, a segunda verifica se a síntese é correta.
Além desses pensamentos, podemos encontrar no mesmo filósofo o “Cogito ergo sum”, o “penso logo existo”, que consiste na certeza do pensamento. O pensamento em ato escapa a qualquer dúvida, o “penso logo existo” é uma intuição pura e não um raciocínio. Trata-se aqui de um ato intuitivo, pelo qual percebemos nossa existência enquanto pensantes. Podemos considerar que Descartes chega a esta conclusão quando afirma: “somente depois tive que constatar que, embora eu quisesse pensar que tudo era falso, era preciso necessariamente que eu, que assim pensara, fosse alguma coisa.” Pois ai, ele faz do duvidar de todas as coisas uma maneira de se chegar a certeza de sua existência.

 Max Sabrino

3º Filosofia