Dn 12,1-3
Sl 15/16
Hb
10,11-14.18
Mc 13,24-32
Aproximando o final do ano litúrgico, as leituras nos indicam
a realidade escatológica da vinda do Senhor. A profecia de Daniel prefigura
essa mensagem. O profeta lembra a salvação, a vida eterna, a luz fulgurante que
Deus prepara para seus filhos, para aqueles que lhe são fiéis. Algo semelhante
Jesus nos diz no Evangelho: nos dias da tribulação “Ele enviará os anjos, e
reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até
a extremidade do céu”.
Muitas vezes, o que chama a nossa atenção nessas leituras são
os eventos catastróficos ou o cenário assustador narrado pelo autor. Porém,
esses elementos da linguagem apocalíptica expressam o poder de Senhor e
reafirmam a esperança dos que estão em Deus. Desse modo, a mensagem fundamental da celebração é uma mensagem de alegria e
esperança: Deus virá, transformará a história. A nossa esperança não é vazia,
por isso temos de continuar caminhando confiantes, servindo ao Senhor e
servindo os irmãos.
Nesse sentido, a liturgia desse domingo é uma grande
oportunidade para refletirmos e avaliarmos nossa esperança cristã. Muitas vezes
o ambiente em que vivemos é marcado por muitas dificuldades, desafios,
perseguições, até mesmo perigo. Tudo parece hostil ou desordenado. No entanto,
nada disso é sinal de desânimo, tampouco sinal de desespero. Ao contrário, é
sinal de que é preciso continuar lutando, é preciso continuar firme na fé. E a
nossa garantia é Jesus. Ele se faz presente continuamente em nossa história
humana, revigorando nossas energias com a luz do seu Evangelho e com a força do
Espírito.
Nessa linha podemos compreender a parábola da figueira
contada por Jesus. Como a planta dá sinais do fruto que virá, as muitas
adversidades que passamos são sinais da força atuante de Jesus na história, que
na hora certa se manifestará. Temos essa certeza: Jesus se manifestará. Mas
temos também uma incerteza: ninguém sabe a hora. Por vezes, somos muito
ansiosos com a hora. Queremos tudo imediatamente, sem demora. Mas a hora não é
a nossa, é a de Deus. Mesmo que aos nossos olhosela pareça tardar, nossa
esperança não deve morrer. Como cristãos precisamos caminhar confiantes na ação
de Jesus.
Nossa esperança não deve morrer por que não é uma esperança
vazia. Como nos lembra a leitura de Hebreus, Jesus já se entregou por nós uma
vez. Ele exerceu o serviço sacerdotal de modo pleno por amor a nós. Esse ato já
é garantia e demonstração da reconciliação e do imenso
amor de Deus por nós. Portanto, prossigamos na nossa fé, no nosso serviço, sem
nos deixar abater pelas adversidades e dificuldades. Temos uma grande
esperança: nela caminhemos sem desanimar!
Jandir Silva