Leituras: I - Atos dos Apóstolos
10,34a.37-43
Salmo: 118: Este é o dia que o Senhor fez para nós:
Alegremo-nos
e nele exultemos!
II – I Cl 3,1-4; ou 1Cor 5,6b-8
Evangelho: Jo 20, 1-9; ou Lucas 24,23-3
Páscoa, a festa das festas, a nascente de nossa esperança
e a razão profunda de nossa fé cristã. Nós nos tornamos seguidores de Jesus de
Nazaré por que Ele ressuscitou, venceu a morte e, vivo, acompanha a caminhada
da Igreja.
O Ressuscitado é o mesmo Crucificado. O apóstolo Pedro, com palavras claras e significativas,
declara-o diante do povo, sem medo e com uma convicção que não deixa dúvidas: Jesus de Nazaré foi ungido com o Espírito
Santo e com poder. Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os
que estavam dominados pelo demônio... E nós somos testemunhas de tudo o que
Jesus fez... E nos mandou pregar e
testemunhar. Eis a missão dos apóstolos, da primeira hora e de sempre: pregar e testemunhar. A nossa fé se
alicerça nesse testemunho, de Pedro e companheiros. O fato mais alto, afirma
Pedro, aconteceu quando Deus ressuscitou Jesus,
no terceiro dia, concedendo-lhe de manifestar-se... às testemunhas que Deus
havia escolhido.
A partir desse evento, uma nova vida começou, e não só
para Pedro e companheiros, mas para a inteira humanidade. O anúncio dessa bela Notícia começou se espalhar pelo
mundo inteiro.
O evangelista João (20,1-9), conta do encontro de Jesus ressuscitado com Maria Madalena e,
em seguida, com Pedro e o discípulo amado. A notícia do túmulo vazio foi o
primeiro despertar de uma compreensão do que tinha acontecido. Então, seus
olhos começaram se abrir; de fato, até então não tinham compreendido as Escrituras. Que dificuldade encontraram
os discípulos para entender a presença de Jesus e sua passagem pela terra.
Aos dois discípulos de Emaús, em duro tom, Jesus diz:
Como sois sem inteligência e lentos para
crer. Dificuldade de ontem e de hoje. Preconceitos, hábitos religiosos,
preguiça mental, acomodação, tradições humanas, paixões desordenadas,
superficialidade, ignorância das Escrituras, presunção de já saber tudo... são
alguns aspectos que dificultam a abertura à fé.
Diante do acontecido e do testemunho regado pelo sangue
das testemunhas, cada um/a é convidado/a a escolher, com liberdade e
consciência. As testemunhas são pessoas simples, mas atentas e dignas de
confiança; o testemunho é dos mais extraordinários. Se acolher esse anúncio, a
vida pode adquirir um novo rumo, receber uma luz que tudo transfigura, e infundir
uma esperança capaz de furar o muro mais espesso que envolve a humana
existência, o muro da morte.
O apóstolo Paulo (II
leitura: Cl 3,1-4), com alegria e firmeza convida os seus cristãos a alcançar as coisas do alto; coloca uma
condição: se ressuscitastes com Cristo.
A ressurreição, afirma Paulo, não é algo que vai acontecer, mas já aconteceu. O
Batismo é nossa participação à vida nova do Ressuscitado. Por isso, o cristão é
uma nova criatura, e não pode mais
compactuar com o mal e o pecado, o egoísmo e as obras mortas dos que não
conhecem a Jesus. O que somos ainda não se manifestou plenamente, estamos a
caminho, mas guardando a certeza de que caminhamos rumo à plenitude; então, com
Jesus, nós também, apareceremos revestidos
de glória. Seja essa nossa firme esperança!
Com sentimentos de carinho, desejo a todos uma Páscoa
repleta da luz do Ressuscitado.
Dom Armando