Com o altar e o
ambão, a cátedra ou cadeira de quem preside a Assembleia
litúrgica é o terceiro lugar essencial do presbitério de uma igreja. Cátedra quer dizer ‘assento no alto’ e
se refere, antes de tudo, à cadeira do bispo em sua igreja catedral, igreja-mãe de todas as igrejas da diocese. Na ordenação
do bispo, quando em sua igreja catedral, gesto muito significativo é a tomada
de posse da sua cátedra. Desde este
lugar, o bispo ‘olha do alto’ (epí-scopos,
em grego) o seu povo. Ele é chamado a ensinar como Jesus que, subiu a montanha e, sentado, ensinava (cf. Mt 5,1).
A Instrução Geral
do Missal Romano (IGMR 310) escreve que “a cadeira do sacerdote celebrante deve
manifestar a função deste de presidir a assembleia e dirigir a oração”. Diz-se
que o “lugar mais apropriado para esta cadeira é de frente para o povo no fundo
do presbitério”, ao menos que alguma dificuldade não sugira outra disposição. Somente
precisa evitar que “a demasiada distância dificulte a comunicação entre o sacerdote
e a assembleia” (ib.). O primeiro documento depois da Constituição Sacrosanctum Concilium (Inter Oecumenici, n. 92), recomendava:
“Evite-se toda espécie de trono”.
De fato, no
passado, esta cadeira era chamada também de trono,
recordando a visão do profeta Ezequiel (1,26) como também Apocalipse (3,21;
4,2-3: havia no céu um trono e, no trono,
alguém sentado... um arco-íris envolvia o trono...). É bom lembrar que toda
celebração nos faz participar da assembleia celeste (cf. Ap 22,1); a liturgia encontra nisso sua força e
sua finalidade.

O nosso Guia litúrgico-Pastoral, inspirado na
IGMR, recomenda que “a cadeira do presidente nunca esteja isolada, sozinha, mas
ladeada pelos assentos dos concelebrantes, diáconos e demais ministros. Convém
que, antes de ser destinada ao uso litúrgico, se faça a sua bênção”.
A cadeira
presidencial ou sede é o lugar onde
quem preside acolhe o povo, proclama as orações, entoa o Hino de louvor e o
Creio, introduz e conclui as preces dos fiéis e pode fazer a homilia (este é o
lugar mais apropriado se a sede for
bem colocada).
A função litúrgica
encontra sua continuidade na vida da Comunidade. Quem preside a liturgia é
chamado a continuar esse serviço na vida da Comunidade toda, com coerência e
fidelidade. Recordamos a dura palavra do Senhor: Os escribas e fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto,
tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! (Mt
23,2-3). Portanto, não basta ocupar o lugar da presidência. São Paulo
recomendava: Quem preside, presida com
solicitude (Rm 12,8), isto é, com dedicação, amor e competência. E ainda: os presbíteros que dirigem bem a comunidade
sejam distinguidos com dupla remuneração, principalmente os que se dedicam à
pregação e ao ensino (1Tm 5,17).
A liturgia orienta
sempre a vida e a vida confirma a autenticidade do celebrar.
Dom Armando