LEITURAS:
Ap
11,19ª; 12,1.3-6ª.10ab
Sl 44
1Cor 15,20-27ª
Evangelho: Lc 1,39-56
Sl 44
1Cor 15,20-27ª
Evangelho: Lc 1,39-56
Em
Maria Deus assume a nossa humanidade
Pela Tradição Oral
da Igreja, Maria teria adormecido em 15 de agosto de 43 d.C. Esta festa era
celebrada tanto na Igreja Católica do Oriente quanto na do Ocidente como a
festa da “Dormição”. Foi em 1950 que o papa Pio XII proclamou o dogma da
Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Conta que ela tinha 50 anos quando foi
elevada ao céu.
A Igreja sempre
venerou Nossa Senhora como aquela mulher corajosa e colaboradora no projeto de
salvação de Deus para a humanidade. Sua vida foi marcada por dores. Participou
da vida, do sofrimento e da morte do seu filho Jesus, nosso Salvador. Ao
celebrar a festa da Assunção, a Igreja reconhece que Deus que nos criou no seu
amor, nos assumirá assim como o fez com Maria. A Assunção é o prenúncio do que
Deus fará conosco, isto é, com a sua Igreja, que será elevada ao céu.
A primeira leitura
de hoje, tirada do livro do Apocalipse, relata uma cena meio pavorosa: a
perseguição, nos ares, contra uma mulher. Nos céus aparece a figura de uma
mulher brilhante, vestida de sol e aparece também um dragão que varre as
estrelas e tenta devorar o seu filho. Esta visão apocalíptica retrata a
perseguição sofrida pela Igreja nascente no início do cristianismo. A visão
apocalíptica nesse trecho traz 3 personagens como vimos: o menino, a mulher e o
dragão. Evidente que o menino é Cristo que é destinado a governar as nações e o
mundo. A mulher como vimos pode representar 3 figuras: o Povo de Israel, a
Igreja e Maria. O povo de Israel representa a mulher que gera Jesus para o
mundo. É também a Igreja que sofre perseguição no seu início e precisa fugir
para se salvar, e representa também Maria a mãe de Jesus, que é plena de graça.
Ao entregar-se ao serviço de Deus, Maria participou da história da libertação
da humanidade e de todo o sofrimento de Cristo e dos seus seguidores. Ela é esplêndida
como a luz do sol, porque está cheia de eternidade. Com a lua debaixo dos pés
significa que está acima do tempo. Essa mulher é o símbolo da esposa triunfante
vencendo as forças contrárias que pretendem atrapalhar o projeto de salvação de
Deus para a humanidade. Essas forças são descritas na visão apocalíptica como o
dragão que persegue e tenta deter a mulher e devorar o seu filho. O dragão
porém, é golpeado pela Páscoa de Cristo que vence a morte.
Entendemos que
existe no mundo as forças contrárias à vida, ao bem e ao amor. Essas forças são
destruidoras e mortíferas. Entretanto cremos no poder e no amor de Deus que
vence a batalha contra o mal. Um dia quando todas as potências forem destruídas
Cristo entregará ao Pai o seu Reino: Reino de justiça, de amor e de paz. Esta é
a mensagem da segunda leitura de hoje que fala da ressurreição de Cristo como
aquele que representa o modelo e o primeiro fruto de Deus contra as forças do
mal, inclusive a morte, como último inimigo a ser derrotado.
O Evangelho deste
dia repete aquele trecho sempre posto nas liturgias de culto a Nossa Senhora, o
da visitação de Maria à sua prima Isabel. Maria é a mãe que vai visitar quem
está grávida(o) de fé e de esperança. Isabel representa a humanidade frágil e
às vezes sem esperança da realização do poder de Deus. Maria é a serva sensível
e atenta às necessidades dos filhos de Deus. É tão bonito notar que ela também
grávida de Deus, o leva a quem está grávida(o) da força de Deus. Ela porta
Jesus a quem acredita. E quem acredita, Deus cumpre o que promete. Isabel
exclama com força e entusiasmo: é feliz, é bem-aventurado quem crê!
Maria compreende
naquele momento do encontro com sua prima, cheio de fecundidade, no exuberante,
esplêndido e majestoso MAGNIFICAT, que Deus realiza o seu projeto de amor para
o mundo, a salvação. É chegada a
salvação para o mundo, principalmente para os pobres. É o canto da esperança
para o povo de Deus, para o povo de Israel.
Este dia nos faz
compreender que assim como Maria, toda a nossa comunidade deve ser portadora de
Jesus às pessoas. Somos frágeis vasos de barro, mas a graça é de Deus.
Concluímos com as palavras de Isabel nesta festa da Assunção de Nossa Senhora:
“de onde me vem esta honra de Deus me visitar?”. De onde nos vem a honra de
sermos elevados à glória de Deus? Que Maria Assunta ao céu interceda ao Senhor
por nós, para que um dia participemos, como ela, da sua glória na eternidade, e
que Deus assumindo-nos, acolha-nos um dia ao seu lado no seu Reino de Amor.
Pe. Nicivaldo
Evangelista