Num mundo tão
marcado pela busca de riqueza, prestígio, poder e prazer, alguém decidir-se
pelo ministério ordenado parece, por quanto, um trajeto na contramão da
história. Mas há quem se aventure justamente pelo contrário, com suas próprias
escolhas, formalizadas da maneira como a que participamos em nossa catedral no
sábado passado, dia 13/07, quando, com solene sobriedade, Dom Armando oficiou a
ordenação diaconal de Júlio César e Marcos Bento, filhos da nossa Diocese, agora
também seus servidores.
A
cerimônia foi iniciada às 19:30, com numerosos leigos e leigas de várias
paróquias da nossa Diocese; padres daqui e os vindos das Dioceses de Caetité e
Ilhéus, como também das Arquidioceses de Vitória da Conquista e Belo Horizonte,
ocuparam todo o presbitério, éramos vinte e um ao todo. Vários seminaristas
compareceram para prestigiar a ordenação dos amigos. Quanto ao estilo da
celebração, este foi o mesmo como tem sido orientado por nosso Bispo, em
perfeito alinhamento ao Concílio Vaticano II e normas a ele posteriores, que
procurou manter o espírito orante, beleza e solene sobriedade, possibilitando a
todos mergulharem-se no Mistério celebrado. A inexistência de motivações por
uma terceira voz, a escolha e harmoniosa execução dos cantos, decoração simples
e bela contribuíram ao embelezamento da festa, continuada no centro diocesano
de treinamento com um coquetel aos presentes, oferecido pela paróquia anfitriã.
Já no domingo, logo cedo, os recém ordenados retomaram seus serviços na
Diocese, o diácono Marcos seguindo para Iramaia e o diácono Júlio indo para
Piatã, onde foi começada a segunda Visita Pastoral de Dom Armando, no domingo.
E assim
seguimos nossa vida, pois numa Diocese em que o Bispo não descansa, os que a
ele se associam no serviço precisam andar ao menos a passos largos. Fica-nos a
esperança que os ordenados, numa entrega generosa do seu tempo, das forças e da
vida, possam ouvir os clamores vindos dos pobres, clamores de Cristo, que nos
chama o discipulado serviçal, sem hora e sem sossego, nesta Diocese aonde o
livramento não soa como mero título, mas uma obrigação que se impõe aos
consagrados em relação a todos os que necessitam de libertação.
Pe. Rinaldo Silva Pereira
Chanceler do Bispado