A ORAÇÃO DO DIA

Hoje vamos refletir sobre a Oração do dia.
Na Introdução ao Missal se lê; “O sacerdote convida o povo a rezar, dizendo, de mãos unidas: Oremos. E todos juntamente com ele, oram um momento em silêncio. Então o sacerdote, abrindo os braços, diz a oração do dia. Ao terminar, o povo aclama: Amém”.
Existem diferentes hipóteses a respeito da origem e do sentido desta oração. Sem entrar nos pormenores, temos notícias de que, nos séculos V e VI, já era costume encerrar os ritos iniciais com uma oração. Os livros antigos oferecem, com extraordinária riqueza, exemplos destas orações, atribuídas, sobretudo, aos papas são Dámaso, são Gelásio e são Leão Magno e, mais tarde, ao papa sãoGregório Magno. Quem analisa estilo e conteúdos teológicos dessas preces, encontra o genial estilo da antiga cultura romana. Em poucas palavras, se encerram ricos conteúdos teológicos sem deixar espaço para expressões sentimentais ou piedosas.
A Oração inicial surgiu, provavelmente, para dar ao formulário da Missa – sempre igual – um toque que diferenciasse toda celebração, ligando-a ao tempo litúrgico ou à festa de um santo. Surgiram duas orações, uma antes das leituras (chamada de parte didática) e a outra qual conclusão, tirada esta última, desde os tempos de são Gregório Magno, quando a celebração recebeu diferente estruturação.
Parece-me importante mais do que pesquisar na antiguidade, sublinhar sentido e sentimentos que nos devem acompanhar hoje.
Antes de tudo, quando o Presidente da celebração convida para a oração, os fiéis são convidados a se colocar em atitude orante, suplicante e de fé. Os textos das orações são de grande beleza, um pouco diminuída na tradução do latim para as línguas vernáculas. Falo por experiência, pelo fato de que, há 6 anos, trabalho na Comissão que está fazendo a revisão dos textos litúrgicos do Missal romano. Confesso que, tantas vezes, é difícil encontrar as palavras mais apropriadas para expressar, numa linguagem bela e simples, os conteúdos destas orações antigas, mas que continuam propondo mensagens de profunda espiritualidade e vida cristã que permanecem atuais.
A Oração inicialdas celebrações, por exemplo,de Páscoa, Natal, das festas de Nossa Senhora ou de um santo –visa daro sentido e propora espiritualidade que caracteriza a celebração. Neste pouco espaço não dá para exemplificar. Convido para que prestem atenção orante às orações de cada celebração: elas nos ensinam um estilo apropriado e rico de oração.
Mais uma palavra a respeito do Amém que pronunciamos no final. Amém é palavra que diz adesão, fé, acolhida total. Santo Agostinho ensinava: “Ó meus irmãos, o amém de vocês expressa sua assinatura, seu consentimento e seu compromisso”!
No silêncio que intercala o convite e a oração, cada um(a) procure se colocar em atitude orante, unindo seus sentimentos e pedidos à oração do Presidente da Assembleia. Amém.Assim seja!

Dom Armando Bucciol