Na
Liturgia da Palavra, encontramos o Salmo responsorial: qual seu sentido e sua função?
Para entender o sentido de um rito litúrgico é fundamental
situá-lo no seu contexto maior, isto é, compreender a sua função na parte da
Liturgia em que se situa: o Salmo Responsorial está colocado dentro do corpo
da Liturgia da Palavra que, por sua vez, realiza-se após os ritos
iniciais e antes da Liturgia Eucarística.
Já vimos que a Liturgia da
Palavra é o feliz
diálogo da Aliança: Deus fala ao seu povo; e nós - hoje o seu povo - escutamos
sua Palavra com atenção e veneração.
AInstrução Geral do Missal
Romano (IGMR,n. 56) escreve: “A parte
principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada
Escritura com os cânticos intercalares”.
Então, as leituras da Sagrada Escritura e os cantos intercalares
fazem parte constitutiva da Liturgia da Palavra! Ainda (n. 61), a mesma
Instrução afirma: “A primeira leitura é seguida do
Salmo Responsorial, que é parte
integrante da Liturgia da Palavra e tem, por si mesmo, grande importância
litúrgica e pastoral, pois favorece a meditação da Palavra de Deus”. Portanto,
o Salmo Responsorial não é uma “peça” que possa ser substituída por outra
qualquer, conforme afirma explicitamente a Instrução (n. 57): “Não é lícito
substituir as leituras e o Salmo Responsorial, que contêm a Palavra de Deus,
por outros textos não bíblicos”.
Fazendo parte integrante da Liturgia da Palavra, é de se
considerar que a proclamação (de preferência cantada) do Salmo
Responsorial seja feita do ambão (ou Mesa da Palavra) e que o salmista
tenha em mãos o Lecionário ou, na falta dele, a Bíblia. Observe-se que “se o salmo não puder ser cantado, recita-se do modo mais
indicado para favorecer a meditação da Palavra de Deus” (IGMR 61).
O
Salmo Responsorial guarda uma íntima relação com a leitura proclamada.
Na Liturgia, entendemos que ele cumpre a função de favorecer a meditação do
texto. Porém, é importante lembrar que essa “meditação” pode ser realizada
em tom de louvor, ação de graças, súplica etc., conforme a índole do salmo.
Outro
aspecto importante que a mesma Instrução destaca(n. 56): “Pela sua Palavra, o
próprio Cristo está presente no meio dos fiéis”. Portanto, existe uma
sacramentalidade também no Salmo, pois, sendo ele parte integrante da
Liturgia da Palavra, podemos afirmar que é o próprio Senhor quem proclama e
reza conosco o Salmo e o faz pelo ministério do salmista.
Depois dessas essenciais considerações a respeito da
identidade litúrgica do Salmo responsorial, vamos ver ‘como’ deve ser cantado ou proclamado. Trata-se de alguns elementos
técnicos para que essa parte da Liturgia da Palavra’ seja vivida da forma mais
conveniente.
a)
Antes de cantar o Salmo Responsorial, evite-se qualquer comentário,
motivação ou leitura do próprio refrão, porque “a Liturgia da Palavra deve
ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação e sejam observados momentos
de silêncio orante antes de iniciar a Liturgia da Palavra, após as leituras e o
Salmo Responsorial, e após o término da homilia” (cf. IGMR56).
b)
Como Palavra de Deus, o primeiro requisito para um Salmo Responsorial
cantado é a inteligibilidade do texto. O texto do Salmo deve ser
perfeitamente compreendido por todos aqueles que ouvem. Assim, o salmista deve
primar pela boa dicção e clara articulação das palavras.