Estimado irmãos e queridas irmãs o
ano litúrgico “C” esta chegando ao seu fim, e toda a Igreja já se prepara para
entregar nas mãos do Rei do Universo, Jesus Cristo, nosso Senhor, todos os
frutos de nosso labor e as esperanças de continuarmos trabalhando na vinha do
Senhor.
Refletir sobre o fim das coisas, não
deve despertar em nós a tristeza ou o medo, antes deve nos conduzir num
trabalho incansável em prol do Evangelho, anunciando-O as pessoas, para que não
fixemos nossos corações em especulações de quando e como o fim se concretizará,
mas antes de tudo, trabalharmos para que todas as coisas sejam recapituladas no
Cristo.
A profecia de Malaquias, que nos
serve de primeira leitura nos fala do “dia abrasador como fornalha” que virá
que atemoriza os ímpios e os soberbos, porém, para aqueles que temem o Senhor
este dia não amedronta, mas se torna sinal que antecipa o grande dia em que, os
que temem o Senhor, os que honram o seu nome, verão nascer o sol da justiça,
trazendo a salvação. De igual maneira nosso Mestre, no evangelho nos ensina que
sustentados pela graça alcançaremos a misericórdia do Senhor, pois “é
permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”. Os escritores sagrados tem
consciência que não é eficaz o anuncio da Boa Nova do Reino, por meio do medo
ou da pressão sobre as pessoas, mas que a eficácia missionária se concretiza
com um testemunho de fidelidade Àquele que nos chamou. Os acontecimentos da
história devem ser, à luz do Divino Espírito, lidos e observados como sinais
dos tempos. Não para espalhar o terror ou o pessimismo, mas para com mais
firmeza apresentar o anuncio de Cristo de um jeito novo, traduzindo nos
acontecimentos atuais a ação de Deus, que tantas vezes se torna ofuscada por
meio de detalhas ou situações secundárias que são abraçadas como fossem o
essencial, como os enfeites do Templo. São Paulo, na segunda leitura, nos
alerta que tais sinais, não devem ser motivo para não trabalharmos pelo
sustento e em favor da construção do Reino. A ociosidade é um grande mau em
todos os lugares, ainda mais dentro da Igreja. Não podemos ser cristãos e
cristãs de braços cruzados, de apenas “assistir” missas, mas é preciso
trabalhar pelo alimento de cada dia e de maneira especial pelo alimento da vida
eterna.
A oração do dia que oficializamos
depois do Glória, pedimos a Deus que “a nossa alegria consista em vos servir de
todo o coração”. Uma alegria que o mundo desconhece, porque propagandeou um
mundo maravilhoso, hedonista, no qual não existe sofrimento ou dificuldades; a
Igreja, de maneira contrária, sabe que esse mundo não existe e não pode ser
sustentado por muito tempo, e crer que o sofrimento não é o nosso destino, mas
que perpassa a vida de cada pessoa. O sofrimento é sempre limitado, porque o
convívio com Deus é muito mais profundo, quando nos abrimos ao seu encontro
amoroso no seu amor e bondade.