“O Presbítero é
um homem conquistado por Deus”
O processo formativo
integral dos sacerdotes nas dimensões humano-afetiva, intelectual, missionária
e espiritual foi destacado pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário
geral da CNBB, dom Leonardo Steineir.
Dom Leonardo recordou
que a Igreja forma pastores para servir ao povo, sendo o padre um homem
conquistado e alcançado por Deus. “A nossa vocação e missão nascem de uma
conquista que Deus fez de nós, que é uma escolha que Jesus fez por nós. E esse
ser conquistado só é possível no encontro”, disse ao citar o apóstolo Paulo.
Segundo dom Leonardo, a
experiência de ser amado e conquistado por Deus desperta uma gratidão que, por
sua vez leva à gratuidade de servir. “Até que ponto na formação estamos
conseguindo despertar os formandos para essa grandeza da conquista, para uma
vida de gratidão, de generosidade, doação, como Deus?”, perguntou.
De acordo com o bispo,
o presbítero é um ser em relação com Deus, consigo e com o outro, que busca
agir de forma saudável e madura com a realidade em que vive. O sacerdote é
aquele que mantém uma relação íntima com Deus. “Como seres no mundo, chamados à
vida, aquele que é chamado ao presbitério não é uma criatura isolada, mas em
constante convivência e relacionamento com os outros e com as coisas criadas”,
disse. Para dom Leonardo, ser discípulo missionário é “ser relação”.
Sobre a figura do
presbítero, o secretário geral da CNBB destacou que devem ser “homens sagazes,
sábios, intelectuais, que saibam ler na história de hoje a presença de Deus,
que saibam entrever na busca do homem e da mulher de hoje, esse mistério
grandioso do amor de Deus”.
DESAFIOS
DA FORMAÇÃO
Diante dos desafios da
formação presbiteral, dom Leonardo lembrou que é determinante que o reitor
provoque o formando a sair do seu mundo.
Disse, ainda, que há
uma dificuldade em despertar nos formandos a consciência e a experiência de ter
sido amado e conquistado por Deus, experiência fundamental para a gratuidade.
“Hoje não conseguimos fazer ver que a vocação é um chamado, dom, graça,
conquista, talvez porque não tenhamos feito a experiência de sermos
conquistados por Deus. Gratidão nasce em quem foi amado gratuitamente, sem para
quê, sem justificativa. A gratuidade da conquista é que torna o coração livre e
doador”, ponderou.
FONTE: www.cnbb.org.br
FONTE: www.cnbb.org.br
Veja
também o que disse o Cardeal Cláudio Hummes sobre a formação dos Presbíteros!
O presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB,
cardeal Cláudio Hummes, em sua fala, recordou as palavras do papa Francisco
dirigidas aos bispos brasileiros durante a JMJ Rio 2013 e também destacou a sua
simplicidade como pastor da Igreja. “Tudo isso são grandes interpelações
para a formação de nossos seminaristas. O papa ensina a sermos pastores. Ensina
com seu exemplo e sua palavra”, disse dom Cláudio.
Citando o discurso de
Francisco, o cardeal lembrou que é preciso rever a formação dos padres. “O papa
faz um apelo a nós quando disse que ‘se não formarmos ministros capazes de
aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de dialogar com
as suas ilusões e desilusões, de recompor as suas desintegrações, o que
poderemos esperar para o caminho presente e futuro?’’.
IGREJA
MISSIONÁRIA
Sobre a escassez de
padres, dom Cláudio observou que o crescimento dos sacerdotes não está
acompanhando número dos católicos e da população. Para ele é necessário
reformular a articulação pastoral no contexto atual de forma que a Igreja
esteja mais próxima do povo, em estado permanente de missão.
O papa quer uma Igreja
que saia “em busca dos desvalidos e dos mergulhados na miséria, na fome, no
descaso, no abandono, na noite da desesperança seja material seja espiritual.
Portanto, uma Igreja misericordiosa e missionária, uma Igreja próxima, capaz de
aquecer os corações, como Jesus aqueceu os corações dos discípulos
desesperançados de Emaús”, destacou dom Cláudio.
Ao final de sua fala, o
cardeal deixou um questionamento para ser refletido pelos participantes do
Seminário Nacional: “Como formar o seminarista para que não aspire a uma vida
cômoda, tranquila, na futura casa paroquial, não busque o dinheiro, a boa
comida, o luxo, não queira ter o melhor carro, não veja os paramentos como
enfeite do padre, mas como símbolo religioso e por isso evite paramentos
esplendorosos, cheios de bijuterias, de brilhos, de rendas?”
FONTE: www.cnbb.org.br