2º Domingo da Quaresma - Ano A

Leituras:
Gn 12, 1-4a
Sl 32
2Tm 1, 8b-10
Mt 17, 1-9

Neste segundo domingo da quaresma Deus, nos convida a “ouvir o Filho muito amado” para que tenhamos dois gestos concretos em nossa vida cristã. O primeiro gesto é purificar o olhar de nossa fé e o segundo é alegrar com a visão da glória.
Teremos o olhar purificado quando fixarmos nossos olhos no Senhor e o contemplando sentir que Ele também nos volve o seu olhar de compaixão, pois Ele “pousa o olhar sobre os que o temem”. Nem sempre temos esse olhar compadecido uns pelos outros. Deixar-nos olhar por Jesus Cristo é transfigurar o nosso olhar, para que não seja de condenação, exclusão ou competições. Esta transfiguração nos faz participantes da glória divina, que nos impulsiona a construirmos uma sociedade justa e fraterna numa “alta montanha”, ou seja, na presença de Deus, tendo Deus como guia de nossas almas.
O evangelista Matheus nos convida também a ouvirmos a voz de Deus. Precisamos nos deixar guiar por esta voz para sermos levado a sua presença e transfigurado pela sua vida, pois Ele nos “salvou e nos chamou com uma vocação santa”. Este tempo de quaresma deve despertar cada um de nós a buscar amorosamente esta vida divina todos os dias de nossa caminhada, pois “no Senhor nós esperamos confiantes, porque Ele é o nosso auxílio e proteção”.
Tal participação na vida na glória do Pai desperta tamanho contentamento que como o apostolo Pedro também nós dizemos: “Senhor, é bom ficarmos aqui”. É bom compartilharmos da presença de Deus, no dia-a-dia. Assim devemos ser uma comunidade transfigurada no amor e no serviço, testemunhando uma Igreja acolhedora e fraterna fazendo que todos digam: “é bom ficarmos aqui”. Esta comunidade deve ser buscada diariamente para não cairmos em tentação do fechamento, de nos prender em nosso egoísmo.

Que neste tempo propício ergamos os olhos e não vejamos mais ninguém, a não ser Jesus. Olhos fixos testemunhemos na alegria “esta graça que foi revelado agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo”.

Pe. Gonçalo Aranha