Em 2014, o Brasil, este
nosso país de formação tão diversificada e de acentuadas diferenças culturais,
econômicas, sociais (...), vive um ano agitado. E não é somente pelo campeonato
internacional de futebol que sediaremos, mas, pela iminência das eleições
majoritárias que marcam a escolha dos representantes dos altos escalões do
Executivo e do Legislativo.
O(s) protesto(s) do ano passado,
“#vemprarua”, tentativa, talvez até mesmo inconsistente a muitos, do exercício
de uma democracia direta, onde se ouviu que “o povo quer decidir o futuro do
país” porque “os partidos não nos representam”, fizeram com que essas eleições não
significassem somente mais uma caminhada até a urna, a sétima depois da redemocratização
que completa 50 anos, mas algo diferente.
Oxalá fosse um acordar do
nosso povo que compreendeu a Política não simples e mediocremente como um
acontecimento bienal, mas, como já ensinava na Era Clássica da Filosofia o
grande Aristóteles: “Política: modo de organização social para a felicidade”.
Para Aristóteles, o Homem
é um animal político que se realiza na vivência da comunidade. Deste modo, a
Política se constrói no ideal de “nós”, e não na perspectiva
individual. Assim, o Estado, a instituição autárquica, seria a comunidade
perfeita, onde a vida aconteceria naturalmente, portanto, com justiça social.
O Pensador grego, que se
dedica a escrita da Obra desta temática já na maturidade de sua vida (335-332
a.C.), concebe algumas formas “puras” de governar o Estado, são elas a Monarquia,
a Aristocracia e a Democracia, como governo de um só, de alguns e de todos,
respectivamente.
Considerando, já naquela
época, a corruptibilidade dos homens, ele alerta para que a Monarquia não se
torne Tirania; a Aristocracia não ceda a Oligarquia e, finalmente, que a
Democracia não se esvazie em Demagogia. Pois, todas essas formas são a
perversão da pureza original do modo de governo do Estado. Portanto, mudança da
gestão que visa o “nós” em governança para fins privados.
Posto este colóquio
histórico: teria o povo brasileiro o desejo de “perturbar” a “Democracia”
vigente, na esperança de uma purificação? Estarão os Estudantes de hoje
realmente preocupados com os rumos do País? Se, de fato, não nos representam os
partidos políticos, quem são estes “revoltosos” que bradam serem os
representantes do “Gigante”, antes adormecido?
São essas e muitas
questões que devem despertar a consciência, política, de cada cidadão
brasileiro. É fato que a voz do “eleitor” não deve ser “escutada” somente na
urna, mas que o povo, hoje tão melhor provido de meios, busque exercer seu
papel democrático. Papel este, de buscar a Felicidade, que neste país depende
da purificação da Rês-pública.
Kleber Chaves
1º ano Filosofia