SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO A

LEITURAS:
Ex 34,4b-6.8-9
Dn 3
2Cor 13,11-13
Jo 3,16-18

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Divino, ao Deus que é, que era e que vem,
pelos séculos. Amém. (Ap 1,8)
           
            Meus imãos e irmãs, o mistério de nosso Deus é altíssimo e inabarcável. Celebremos com profunda reverência, neste Domingo Santo, o mistério da Santíssima Trindade, nossa origem e nosso fim, nossa fonte e nossa meta, a realidade suprema na qual estamos mergulhados e pela qual subsistimos. Deus se mostra como comunhão trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo e assim se revela, dando-se a conhecer e experimentar pelo amor que manifesta ao mundo, amor que nos move e plenifica, amor que nos leva pra frente e nos enche de sentido.
            Na primeira leitura, Moisés, no contexto do pecado da adoração do bezerro de ouro por Israel, pedindo o perdão para seu povo, enumera os admiráveis atributos de Deus: misericordioso, clemente, rico em bondade e fiel. Suplica, em vista deles, que o Senhor novamente os acolha e no meio deles habite, mostrando assim sua grande misericórdia.
            Essa misericórdia infinita, Deus a mostra de forma ainda mais admirável na Encarnação da Palavra da verdade, ou seja, do Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o inatingível se tornou espantosamente próximo! Diz hoje o Santo Evangelho, segundo São João: “Deus o mundo tanto amou, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”. É Também o evangelista João quem, no seu prólogo, nos lembra que “ninguém jamais viu a Deus, mas o Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o deu a conhecer” (Jo 1,18).
            Somos, portanto, filhos de Deus por causa de Jesus Cristo, o unigênito do Pai. Somos “filhos no Filho” e quem a isso nos habilita é o Espírito Santo, amor que une os dois: “Porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abba, Pai!” (antífona da comunhão). Tudo que em nossa liturgia realizamos é ao Pai, pelo Filho e no Espírito Santo.
            São Paulo, encorajando os fiéis de Corinto a superarem as divisões (2ª leitura), afirma-lhes a companhia da graça, do amor e da comunhão da Trindade, na conclusão de sua segunda carta, exortando-os à coragem, à concórdia, à paz e a saudarem-se com o gesto fraterno do ósculo litúrgico: “Saudai-vos uns aos outros com o beijo santo”.

            Portanto, a comunhão que caracteriza o Deus Uno e Trino e a misericórdia que Ele demonstra desde o princípio a seu povo, devem ser a marca registrada de nossas comunidades de fé, cujo modelo supremo é a Trindade. Não queiramos ser diferentes do Deus que nos cria, salva e santifica, persistindo no individualismo, na indiferença e na falta de misericórdia pelos outros. Todos somos pecadores e, muitas vezes, nos deixamos dominar pelos ídolos que criamos e adoramos no lugar de Deus. Mas sua infinita graça, seu amor, sua comunhão, nos justifica e dá sempre novas possibilidades de recomeço. Toda honra e toda glória sejam dadas unicamente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo agora e para sempre. Amém!

Sem. Weverson Almeida Santos
4º Ano de teologia