SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS

LEITURAS:
Atos 12,1-11
Salmo 33/34
2 Tm 4,6-8.17-18
Mateus 16, 13-19
Na liturgia deste domingo, recordamos os apóstolos Pedro e Paulo numa só festa. Os dois foram gran­des campeões da fé e, apesar das diferenças, manifestaram sua amizade com Jesus, até o martírio que aconteceu em Roma, durante a perseguição do imperador Nero, entre os anos 64 e 67 da era cristã.
Pedro acompanhou Jesus desde o início de sua missão pública. De pescador de peixes, tornou-se pescador de homens; amigo sincero de Jesus, manifesta, em várias circunstâncias, fragilidade e incoerência. Apesar de tudo, sua atuação no grupo dos 12 é marcante, de verdadeiro líder, sobretudo após a ressurreição de Jesus e a descida do Espírito Santo, no Pentecostes.
Paulo, ao invés, passa de persegui­dor do ‘grupo’ dos seguidores de Mestre de Galileia a apóstolo e missionário incansável e corajoso de Jesus que, numa experiência mística, chama-o a segui-Lo, e tornar-se-á o apóstolo dos ‘pagãos’, isto é, dos que acolhem Jesus sem pertencer ao primeiro ‘Povo de Deus’.
As leituras apresentam a atuação de Pedro (I leitura e Evangelho) e o testamento de Paulo (II leitura). Nas Orações, pedimos de ‘seguir em tudo os ensinamento dos apóstolos que nos deram as primícias da fé’ (do dia), de manter ‘o coração voltado para Deus’, pela oração dos Apóstolos (sobre as oferendas); e (depois da comunhão) que, pela Eucaristia que celebramos, vivamos na Igreja ‘perseverando na fração do pão e na doutrina dos Apóstolos’ para sermos ‘um só coração e uma só alma’.
As mensagens são tantas. Do Evangelho, destacamos a pergunta de Jesus aos seus amigos: ‘Eu, quem sou para vocês’? A resposta de Pedro está certa: “Tu é o Messias = o Cristo”, isto é, o enviado por Deus para dar novo rumo à história, defender os mais pobres e excluídos e realizar a justiça entre todos. Jesus, logo, chama Simão de Rocha sobre a qual pretende edificar a sua Igreja. De fato, a Igreja permanece de Jesus; nela, todos que têm uma tarefa, é para servir, como Ele mesmo deu o exemplo. Pedro demorará a compreender o sentido da proposta de Jesus e do ele que pretendia dos seus seguidores. Chegará só depois que viu Jesus morrer e ressuscitar. Então, sim, foi assumindo sua missão, e pagará, com sofrimentos e morte de cruz, essa fidelidade. O texto de Atos (I leitura) conta da prisão pela qual passa, mas, também, pela experiência de proteção que Jesus lhe deu. Saindo da cadeia de forma prodigiosa, Pedro compreende que “o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes”.
Paulo (II leitura) confessa: “combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (...) O “Senhor esteve ao meu lado e me deu forças”. É o reconhecimento do missionário do Evangelho – e que missionário! – que, em todas as angústias, perseguições, sofrimentos e fadigas, nunca se sentiu só. Por isso, continua, pode esperar: “o Senhor me libertará de todo mal e me salvará”.  
Na festa dos dois apóstolos, a Igreja celebra o mistério pascal de Jesus que se tornou realidade, na vida dos seus amigos, e continua hoje na vida de seus seguidores. Nós todos, também, somos chamados à missão e empenhados a difundir a memória de Jesus com nosso testemunho de fé, o anúncio da Palavra, a oração e o empenho na construção de uma sociedade justa e fraterna.
Perguntemo-nos: 1– Nos momentos difíceis de nossa vida, sobretudo pela fidelidade ao Evangelho, acreditamos que Ele não nos abandona?
2 – Estamos combatendo ‘o bom combate’ na fidelidade a Jesus? Como?
3 – Vivemos nossa participação à vida da Igreja? Sentimos, responsavelmente e com amor, que ela é a nossa família? Como? Deveríamos melhorar em alguma coisa?

Dom Armando