DEMOCRACIA, FRUTO DE LUTAS POR DIREITO


Se fizermos uma análise das inúmeras formas que o Estado assumiu na sociedade capitalista, concluiremos que tal diversidade está ligada às concepções populares de soberania, que é atributo basilar na construção da democracia. Perceberemos também que o liberalismo tornou-se democrático através de uma série de lutas que visavam expandir o direito do cidadão.
            No liberalismo clássico só o homem adulto, financeiramente independente e esclarecido, tinha o direito de apresentar suas visões políticas. Esse quadro permaneceu vigente por vários anos, limitando, assim, o âmbito das representações políticas. Mesmo a Inglaterra, considerada como pátria do parlamentarismo e da democracia moderna, tardou muito a ampliar suas concepções de democracia e só após uma reforma eleitoral ampliou o índice de participantes no direito ao voto.
            O liberalismo clássico, através de seus pensadores e filósofos, constituiu ideias de que só homens livres de suas obrigações, possuidores de tempo para refletir, teriam direito ao voto e que, somente a elite era possuidora de um grau de racionalidade que a tornava capaz de governar o estado. Embora se tenham passado tantos anos, vemos tais ideias presentes em nosso meio quando ouvimos declarações como: o povo não sabe votar ou, ainda: para exercer determinado cargo governamental é necessário ter características restritas aos possuidores de posses, nível universitário e deliberação administrativa.
            As inúmeras e constantes lutas da população na busca de uma participação na vida política, em especial da classe operária, modificou o estado político liberal, tornando-o democrático. Muitos estudos apontam que a democracia no mundo contemporâneo é considerada como o único regime político legítimo. No entanto, percebe-se que os regimes democráticos têm traído as expectativas da população. Tais situações pedem uma participação ativa das pessoas nos setores da sociedade, promovendo maiores condições de participação democrática.
Júlio César
3° Filosofia