Pr 31,10-11.19-20.30-31
Salmo: 127
1Ts 5,1-6
Mt 25, 14-30
“Como foste fiel na administração
de tão pouco, vem participar de minha alegria.”
Certamente é com maior alegria
que neste dia celebramos a palavra do Senhor, afinal, a chuva nos veio visitar!
Nós sertanejos sabemos o quanto é bom sentir o cheiro da terra molhada, o verde
tomar lugar em meio à sequidão que a tanto experimentávamos. A esperança é,
pois, uma marca indelével que perpassa a vida de nosso povo.
Amados irmãos e irmãs, vejamos
que esses últimos domingos são como uma preparação para a solenidade de Cristo Rei. Toda a temática litúrgica nos direciona a
olharmos e acolhermos aquele que vem: Cristo como o único e verdadeiro Rei.
Para tanto, é preciso ter esperança, confiança e coragem.
É exatamente sobre a espera que a
liturgia vem nos motivar neste dia do Senhor. Convida-nos a estarmos sempre
preparados para a sua vinda; não sabemos nem o dia, nem a hora. Estar
preparados se aplica também ao dia no qual Deus pedirá contas da nossa vida.
Como aquele patrão que saiu de viagem, voltou sem avisar e ao chegar pediu
contas aos seus empregados.
Na 1ªLeitura, quando lemos: “A
mulher que teme o Senhor, essa sim, merece louvor. Proclamem o êxito de suas
mãos, e na praça louvem as suas obras”, caracteriza o modelo de sabedoria e
comportamento que deve ter todo cristão a espera do reino. Contrapondo esse
exemplo, o terceiro servo da parábola (2ª. Leitura), não é um modelo de
sabedoria, pois tem medo do seu senhor, permanece estático e não se empenha no
trabalho de tentar multiplicar os talentos que lhes foram confiados.
O Santo Evangelho nos interpela
sobre o que fazer com os dons e talentos recebidos. Questiona ainda a cerca do
risco e da prudência ao administrá-los. Será que vale a pena ser prudente a
ponto de não arriscar? Uma coisa é arriscar prudentemente, outra é não arriscar
temendo cair na imprudência. Com responsabilidade e confiança, a luz do batismo
que recebemos e que confirma que somos filhos de Deus, se faz necessário
abandonar as trevas e caminharem direção à luz.
A este respeito o papa Francisco
tem insistido que a igreja precisa sair às ruas, arriscar-se, acidentar-se se
for necessário, nunca uma igreja parada, acomodada e fechada em si mesma. Não
arriscar pode parecer prudência, mas na verdade também pode revelar uma forma
disfarçada de cultivar a preguiça.
Contudo, colocar-se em movimento,
com empenho e dedicação, é condição indispensável para que os dons e talentos
se multipliquem fazendo com que o Reino de Deus aconteça no cotidiano de nossa
vida.
Que a graça de Deus vinda a nós
sem cessar, assim como a chuva, possa reacender a esperança e o empenho na
administração dos talentos. Que a felicidade se faça presente em nossos
caminhos impedindo-nos de sermos acomodados e preguiçosos para com as coisas do
reino.
Antônio
Carlos Flor Bonfim
(3ºano de teologia)