Ez
34,11-12.15-17
Salmo: Sl 22 (23)
1Cor 15,20-26.28
Mt 25,31-46
Caríssimos,
Hoje – último domingo do ano
litúrgico – louvamos ao Pai pelo dom inefável de termos Jesus Cristo como nosso
verdadeiro Rei. Ele é Senhor do universo! Nossa ação litúrgica, à luz das
leituras que ouvimos, torna-se um convite a compreendermos melhor o reinado de
Jesus, pensando como ele tem se feito presente em nossa caminhada.
Ezequiel, na primeira leitura,
nos recorda a promessa de um verdadeiro rei para Israel. Deus promete enviar um
rei que seja um pastor que cuida, não um pastor que explora. Jesus cumpre a
missão desse pastor prometido por Deus, como Ele mesmo afirmou (Jo 10, 11). Por
isso, invocar Jesus como Rei não significa tornar-nos escravos, perder nossa liberdade.
Como rei autêntico, Jesus resgata a nossa vida, cuida de nós e nos conduz à
verdadeira vida e à verdadeira liberdade.
É isso que nos ensina Paulo na carta
aos Coríntios. No texto que ouvimos na segunda leitura, Cristo é primícias. Ele
é o primeiro a vencer a morte e manifestar a ressurreição, não para se
engrandecer ou nos condenar, mas para conduzir-nos como Igreja a esse mesmo
destino. Em Cristo todos reviverão! Contudo, é preciso confiar e se colocar no
caminho desse reinado, descobrindo as exigências e as alegrias que ele nos
propõe.
Essas exigências e alegrias são
descritas no evangelho. Mateus no seu discurso escatológico deixa bem claro que
a justiça e o cuidado com os pequeninos são expressão da nossa pertença e
fidelidade a Cristo. Com nossas ações fazemos a escolha pelo reinado de Jesus
que se tornará pleno na parusia. No fim dos tempos, quem seguiu a justiça
permanecerá com Cristo; mas quem desprezou a justiça, desprezou e distanciou-se
do próprio Deus e não poderá ficar na sua presença. Quem está com Cristo, quem
o serve nos pobres e excluídos aderindo ao seu reinado, encontrará a verdadeira
liberdade e a verdadeira vida.
Por isso iniciamos essa liturgia
pedindo a Deus “que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo a
vossa majestade, vos glorifiquem eternamente”. Queremos ser súditos conscientes
e fiéis de Jesus Cristo. Somente nele está a liberdade. Somente nele está a
vida. Ligados a Jesus, Rei-pastor, pelo serviço aos pobres e injustiçados, gozaremos
da presença amorosa de Deus na eternidade.
Assim, chegando ao fim do ano
litúrgico, examinemos nossa caminhada de fé: vejo em Jesus um rei-pastor que
cuida e liberta? Ponho-me no seguimento ao reinado de Jesus? Ele tem sido meu
Rei ou ainda estou preso a outros ídolos? No próximo domingo iniciaremos um
novo ano litúrgico. Com ele, inicia-se de novo o convite à vigilância, à busca
do arrependimento e da mudança de vida para um autêntico encontro com Jesus
Cristo. Que sejamos capazes de vencer todos os ídolos, todos os obstáculos que
nos distanciam do reinado de Deus, e encontremos em Cristo a autêntica
experiência de vida e liberdade, servindo-o constantemente, com o coração e com
a nossa vida.
Jandir
Silva
2°
ano teologia