2º Domingo do Advento – Ano B

LEITURAS:
Is 40,1-5.9-11
Sl 84
2Pd 3,8-14
Mc 1,1-8

            Continuemos, caríssimos irmãos e irmãs, nossa caminhada vigilante e esperançosa do tempo santo do Advento, que iniciamos domingo passado. O Senhor nos anuncia um tempo novo, governado por ele, tempo da justiça e do bem, com sabor de eternidade: “É a paz que ele vai anunciar” (Salmo responsorial). E, nesse sentido, ele aguarda, todos os dias, nossa resposta de acolhida e adesão à sua proposta de vida plena e salvação.
            Na primeira leitura deste segundo domingo do Advento, o livro do profeta Isaías proclama a libertação do povo de Israel, que retorna para Jerusalém após o exílio da Babilônia. Comemora-se, portanto, a revelação de Deus que mostra seu poderio perante o poder babilônico, resgatando e consolando seu povo. Ele é o pastor amoroso que “reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo” (Is 40,11). Deus quer sua gente livre de qualquer amarra que o impeça de estar plenamente em comunhão com ele.
            Uma voz grita: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!” (Mc 1,3). É a paráfrase que Marcos faz de Isaías, atribuindo a voz à missão profética de João Batista, precursor do Messias. João, pregando um “batismo de conversão para o perdão dos pecados” (Mc 1, 4), atrai a atenção sobre Jesus: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu” (Mc 1,7).
Por sua pregação, João Batista, em conformidade com Isaías, enfatiza a necessidade de “conserto”, renovação, reforma das estruturas pessoais e coletivas, para que Deus possa reinar. Sim, quem deseja pô-lo em primeiro lugar deve “nivelar os vales”, se porventura estiverem intrafegáveis à sua graça; “rebaixar os montes e colinas” que impedem de ver e ser iluminado pela luz da verdade, que é Cristo; “endireitar as tortuosidades e asperezas” provocadas pelo mal e pelo pecado.
Ser cristão é seguir Jesus Cristo e não outra coisa. O Evangelho de Marcos, base deste ano B da Liturgia, nos convida a fazermos um caminho de discipulado com Ele, para que, reconhecendo-o como o Messias sofredor e que agora vive ressuscitado com o Pai, encontremos força e esperança, pela ação do seu Espírito, para viver como ele viveu.  Seremos, deste modo, suas testemunhas e instrumentos em suas mãos para que seu reino prevaleça, em vista de “novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça” (2ª leitura).
No Advento, de forma mais liturgicamente focada, preparamo-nos para a celebração da primeira vinda de Cristo, no Natal e vigilantes esperamos a sua segunda vinda no fim dos tempos, quando “Deus será tudo em todos” (1Cor 15,28) e o bem triunfará definitivamente do mal. Por isso, acolhamos a sua vinda intermediária de todos os dias, pelo seu Espírito, chamando-nos à confiarmos nele e nos empenharmos pela sua causa.

Aguardemo-lo “numa vida santa e piedosa... pura, sem mancha e em paz” (2ª leitura). Não significa uma vida ao estilo farisaico, separada, preocupada tão somente pelo cumprimento de leis, mas comprometida com o amor e a justiça e, consequentemente, com a doação misericordiosa pelos irmãos, ainda que isso nos custe a própria vida. Façamos valer, irmãos e irmãs, o que pedimos neste domingo na oração do dia: “Ó Deus, todo poderoso, que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho”. 
Sem. Weverson Alemida
4º Teologia