SOLENIDADE DA SAGRADA FAMILIA

 LEITURAS:
1ª - Sir 3,3-7.14-17a 
Salmo 127 (128)
2ª Col 3, 12-21
Lucas 2,22-40
Queridos irmãos e irmãs ainda estamos contagiados pela alegria do Natal de Nosso Senhor que ilumina toda existência humana. Alegria que compartilhamos com aqueles que primeiro a viram e sentiram Maria e José, pais Daquele que nasce não somente para eles, nem para um povo, mas para todas as famílias do mundo.
Deus em sua humildade desce de sua majestade, sem perde-la, para amorosamente assumir em sua própria carne a nossa carne ferida de pecado e marcada pela esperança de vê-Lo e por Ele sermos libertados. Tal descida o Pai fez acontecer por meio de uma família, para nos recordar constantemente que não somos criados na solidão, mas numa união profunda de amor. A família se torna pelo desígnio amor de Deus não só uma instituição procriadora ou continuadora da humanidade – o que de fato ela também é, mas se tornou um seio do afeto, do amor e da realização do ser humano. É ali no aconchego de cada casa, de cada casal, de casa pai, mãe, filhos, avós e quem mais forme nossa família que Deus depositou, num gesto profundo de desprendimento e amor, o seu Filho, dando-O a cada um de nós como presente verdadeiro de natal.

Os textos sagrados nos conduzem ao valor que Deus dá à família, o quanto Ele a desejou, a sonhou e a concretizou durante toda a história da salvação. O Evangelho que escutamos nesta solenidade nos conduz a essa experiência de proximidade de Deus. Jesus pelo seu natal une com sua humanidade, Deus à sua criatura, e em sua divindade une o ser humano ao seu Criador. Jesus é apresentado no Templo, mas somente na Cruz é que será revelado a todos os povos. Jesus é o nome pelo qual podemos chamar Deus. Aquele que antes era inominado, que pelas quatro letras sagradas era representado, mas nunca pronunciado, agora se torna tão próximo de nós, caminha junto com cada um de nós nas estradas da vida que se torna e se revela não só como o Onipotente, mas como o Amigo de todos que pode chama-Lo com intimidade. “O nome de Deus para nós – amigos infiéis da aliança, só pode ser Jesus que quer dizer ‘Deus salva’. Primeiro, porque chamar a Deus é a nossa salvação; segundo, porque estamos perdidos e só podemos conhecer a Deus como aquele que salva”.
Pe. Gonçalo Aranha dos Santos