LEITURAS:
At
10,25-26.34-35.44-48
Salmo
97 (98)
1
Jo 4,7-10
Jo
14,23
Neste finalzinho do tempo pascal a
liturgia nos remete ao centro da vida cristã nos lembrando da coisa mais
importante da existência que é o amor.
Na primeira leitura, tirada dos Atos dos
Apóstolos, acontece uma coisa muito interessante: a conversão de um pagão ao
Cristianismo. Ele era um chefe representante do Império Romano. Lembremos que
foram os soldados do Império Romano que mataram Jesus. Algo extraordinário começa
a acontecer. Pedro afirma para Cornélio, o centurião romano, chefe de um grupo
de soldados, que Deus não faz distinção entre as pessoas, isto é, Deus ama a
todos igualmente, porque são seus filhos, e chama a todos para Ele. Pedro
começa a entender a dinâmica de Deus, que daquele momento em diante forma a
comunidade cristã sem privilegiar este ou aquele povo, mas atrai a todos que
quiserem abraçar a fé.
Na segunda leitura encontramos uma das
mais belas e mais completas definições de Deus. Para João, Deus é AMOR.
Compreender essa definição simples, mas ao mesmo tempo profunda, é um desafio
para todos os que acreditam em Deus. É verdade que cada um carrega dentro di si
um conceito de Deus. Nem sempre esses conceitos ou idéias correspondem, na
verdade, o que Deus é. Muitos ou todos falam de Deus...mas, às vezes ficamos
horrorizados com aquilo que falam da pessoa de Deus. Qualquer definição que
dermos, ainda não conseguiria expressar o que Deus é na sua totalidade. Olhar
para Deus e compreendê-lo como AMOR, parece-nos suficiente para entendermos e praticarmos
essa essência que é Dele e que também reside em nós. Em sua carta João é
categórico em afirmar que quem não ama não conhece a Deus. Quem não ama não
procurou conhecer a Deus, não procurou tomar consciência ainda da profundidade
desse sentimento tão bonito e tão importante que nos move, nos faz existir e
faz a vida ter sentido.
No Evangelho, também escrito por João,
Jesus nos revela que assim como o Pai o ama ele também nos ama. Isto quer
dizer, que ele procura corresponder com o amor recebido. Na verdade somente as
pessoas que foram e são amadas são capazes de manifestar o mesmo amor para os
outros, são capazes de corresponder ao amor. Pessoas que nunca foram amadas
terão, certamente, muita dificuldade em amar. Poderão ser azedas, amargas e mal
humoradas. No Evangelho Jesus nos convida a perseverar no amor dele. Amor de
verdade é assim: dura a vida toda. Amor que não é verdadeiro é como fogo de
palha, não tem nenhuma duração, maltrata os outros, cria falsas expectativas e
depois abandona. Não é um amor perseverante. Além disso, Jesus relembra o seu
mandamento: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”. O amor de Jesus foi
total a ponto de dar a vida... esta é a maior prova de amor. Falando isto Jesus
manifestou o desejo de que nossa alegria fosse completa e duradoura, e não pela
metade. Jesus sabe que só é possível ser alegre, ser feliz, ser realizado,
aquele que tiver a capacidade de amar.
Lembrando o dia das mães, não podemos
esquecer desse amor mais belo, mais puro, mais gratuito e mais verdadeiro que é
o amor de materno. Elas manifestam na sua ternura esse grande amor que Deus
revela em si, como sendo a sua essência e essencial. Rezemos neste dia por
nossas mães para que, sendo amadas por Deus, sejam também amadas verdadeiramente
por nós, seus filhos, e que nesse intercâmbio de amor alcancem a plena alegria
e realização.
Pe. Nicivaldo de Oliveira Evangelista (Pároco de Ibitiara e auxiliar de Novo Horizonte)