XI DOMINGO DO TEMPO COMUM - 14 de Junho de 2015

LEITURAS:
Ezequiel 17,22-24;
Salmo 91/92,
2 Coríntios 5,6-10;
Marcos 4, 26-34.

Na oração do dia pedimos a Deus - “força daqueles que nele esperam”  -que “seja favorável ao nosso apelo” e nos dê sempre “o socorro de sua graça” para podermos “querer e agir segundo a sua vontade, seguindo os seus mandamentos”. É pedido muito bonito, e que nos envolve totalmente, desperta as nossas capacidades e, ao mesmo tempo, a confiança na força de Deus.
No Evangelho, Jesus conta uma parábola para que seus ouvintes reflitam a respeito de como a Palavra deve ser acolhida. Se uma semente não consegue produzir fruto, observa Jesus, não depende da semente. Ela, por um maravilhoso processo de vida, ‘vai germinando e crescendo’.
A semente, por pequena que seja, como é um ‘grão de mostarda’ - ‘a menor entre todas as sementes’ - quando cresce, torna-se grande e capaz de acolher os pássaros que nele se abrigam. A força do Reino é parecida, depende da disponibilidade interior de quem o acolhe.
O profeta Ezequiel (I leitura) já entrevia o projeto de Deus e prometia algo bonito, capaz de ser semente de uma nova humanidade. Por que o nosso Deus, em sua ‘teimosia de amor’, acredita na perene possibilidade que nós, seus filhos e filhas, enfim acolhamos seu projeto. Ele não desiste, confia mesmo em nós e numa humanidade reconciliada, justa e fiel. De fato, a força da Palavra de Deus opera uma transformação se for acolhida com simplicidade e fé. O Espírito a fecunda e frutos de bondade, misericórdia e transparência brotam em quem crê.
Com essas e semelhantes parábolas, Jesus explicava aos seus ouvintes o grande projeto do Reino. Ele, Jesus mesmo, é essa semente – pequena e insignificante aos olhos do mundo – mas, que, crescendo, tornar-se uma grande árvore, capaz de acolher muita gente em seu seio.
Nas intenções de Jesus, a mensagem é de esperança e de empenho. O Pai plantou a semente do Reino por meio da pessoa e da palavra de seu Filho; agora, com a força do Espírito, esta semente que possui os valores da fraternidade, da justiça e da paz, vai crescendo.
Ter fé, acolher Jesus em nossa vida, comporta se abrir a este projeto e proposta de Jesus. Comporta viver de maneira mais justa, solidária, misericordiosa, aberta a todos.
Também o apóstolo Paulo (II leitura) nos incentiva nesta caminhada, tendo uma atitude de confiança que vai além do tempo presente e se projeta na eternidade. O apóstolo diz que “estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo para ir morar junto do Senhor”. Um dia, “todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para cada um receber a devida recompensa”.
Da semente plantada em nós deveremos dar conta. É bom, desde já, avaliar a nossa vida e ver se estamos fazendo frutificar em nós os dons (a semente!) recebidos.
Com o salmista rezemos, agradecendo ao Senhor por todos os seus dons: Como é bom agradecermos ao Senhor. Assim, a nossa vida se torne um belo canto de amor, quando vivida na simplicidade evangélica, na solidariedade fraterna, na humildade fiel e generosa.

Dom Armando