Atos
13,14.43-53
Salmo:
99(100)
Apocalipse
7,9.14-17
João
10,27-30
“Sabei
que o Senhor, só ele, é Deus, nós somos seu povo e seu rebanho.” (Sl 99-100)
Estimados
irmãos, celebrando a alegria da ressurreição de Jesus, possamos neste domingo,
quarto da páscoa, apesar de nossas fraquezas, atingir a fortaleza do Bom Pastor.
A liturgia
deste Domingo traz como tema central a pessoa de Cristo, o Bom Pastor. Sua
missão é devolver a dignidade e a vida às ovelhas perdidas, dando-lhes
proteção, amparo e coragem no itinerário da existência rumo à vida em
plenitude.
O
Bom Pastor, conta-nos a primeira leitura, é aquele que se volta para os pagãos,
que dispensa seus cuidados e amor àqueles que não estão enquadrados em grupos
fechados e detentores de privilégios. A abertura definitiva aos pagãos é a
questão em jogo neste contexto: não mais os judeus detêm a posse, única e
exclusiva, da salvação, ela deixa de ser nacionalista para se tornar, a luz do
ressuscitado, universalista, ou seja, tira do centro a autossuficiência dos
judeus e introduz os pagãos como também destinatários do plano salvífico de
Deus. Nesta nova perspectiva não deve haver preconceitos raciais entre nenhum
povo, pois, o mais importante não é a observância da lei como regra de vida
(judeus), mas, assim, a adesão pela fé ao Cristo ressuscitado (pagãos).
Na segunda
leitura, São João reforça a ideia de que Cristo é o cordeiro imolado. Lembra-nos
que, por meio de sua paixão, Ele revelou o desígnio salvífico do Pai. O texto
mostra ainda como os “assinalados da Igreja” são benditos e protegidos por
Deus: mesmo passando por tribulação e perseguição, continuam sendo herdeiros e
conduzidos a uma felicidade sem sofrimento, afinal “O Cordeiro vai
apascentá-los e os conduzirá às fontes da água da vida”.
O
Santo Evangelho apresenta a relação do pastor com suas ovelhas, Cristo e seus
discípulos. A missão do Pastor é dar vida às ovelhas; estas, por sua vez, têm
de escutar, segui-lo e comprometer-se com Ele e com o seu projeto. Agindo
assim, crescerá a dinâmica do conhecimento, do amor e do cuidado: por que
conhece, ama; e, por que ama, cuida.
Ajudados pela comunhão da Palavra e da
Eucaristia, e iluminados pela Sabedoria Divina, não percamos de vista o nosso
Pastor, o único e verdadeiro Bom Pastor. Feliz ressurreição!
Antônio Carlos Flor Bonfim