Sl 144, 8-13ab
Ap 21, 1-5a
Jo 13, 31-33a.34-35
Tomados pela singular alegria da
Ressureição do Senhor, que ressurge e nos chama a participar da glória de sua
ressureição, somos convidados a viver esse 5° Domingo da Páscoa, pondo em
prática os seus ensinamentos, almejando fazer a vontade de Deus e alcançar a
glória prometida. A medida para praticar o amor é dada pelo próprio Cristo, que
ama até às últimas consequências, entregando toda a sua vida pelo projeto do
Pai.
A primeira leitura nos mostra que Paulo
e Barnabé desenvolvem uma missão itinerante entre os pagãos e não cessam de
animar os outros discípulos a suportarem as provações, perseguições e
dificuldades, permanecendo firmes na fé. Esse convite não é feito apenas aos
discípulos, mas é estendido aos membros das novas comunidades, pessoas de boa
vontade que acolhem a palavra de Cristo e se dispõem a viver uma vida nova. As
novas comunidades fundadas, juntamente com os povos pagãos que abraçam a
mensagem do Evangelho, nos mostram que os limites de Israel são ultrapassados e
a salvação de Deus é aberta para todos.
Na segunda leitura, São João nos fala
sobre um novo céu e uma nova terra. Essa imagem é usada para demonstrar a
renovação do universo em Cristo, quando o pecado será vencido, juntamente com
toda espécie de sofrimento. Em Cristo, Deus faz novas todas as coisas. Também
São João nos fala sobre a “Jerusalém nova”, que é a Igreja, esposa do Cordeiro.
A Igreja é, aqui, apresentada como a verdadeira morada de Deus e dos homens.
Por fim, chegamos ao ponto principal da
nossa reflexão. Somos reportados ao Cenáculo, onde foi realizada a Última Ceia.
No texto, vemos, repetidas vezes, o verbo glorificar. Com o início da
Paixão, temos, também, o início da glorificação de Jesus. Assim, são João quer
nos mostrar que a morte de Cristo não é uma derrota, mas a vitória sobre o
pecado, sobre o erro e sobre a própria morte. Nessa Ceia, Jesus, como um pai
providente, deixa aos seus o seu testamento, que é o mandamento do amor.
“Amai-vos uns aos outros como eu vos
amei” é a última instrução que Jesus dá aos seus discípulos. A Lei do amor não
era uma novidade, uma vez que já havia sido revelada no Antigo Testamento,
através de Moisés. No entanto, Jesus acrescenta algo novo: “como eu vos amei”.
Desse modo, a medida de amor de todos os cristãos deve ser a medida do próprio
Cristo, que não hesitou em entregar a sua vida, por amor a todos.
A prática do amor era uma constante na
vida dos primeiros cristãos, de maneira que se cumpria a palavra de Jesus:
“Nisto todos saberão que vós sois os meus discípulos”. Admirados, aqueles que
observavam os cristãos, diziam: “vede como eles se amam”.
Em nossos dias, somos convidados a fazer
esse amor reviver. Podemos nos perguntar: somos conhecidos como cristãos por
participar das celebrações, pastorais e movimentos, ou somos assim conhecidos
pela busca constante em vivenciar o mandamento do amor que tem seu modelo e
exemplo em Jesus Cristo? Cabe a nós a súplica pelo envio do Espírito Santo,
para que nos confirme no amor e na caridade, juntamente com a nossa abertura
para acolher o Dom de Deus, que nos chama a vivenciar esse amor, para que,
assim como os primeiros cristãos, sejamos identificados com a marca de Cristo e
possamos fazer parte da verdadeira comunidade, a Jerusalém celeste, esposa do
Cordeiro.
Júlio César
2º Teologia