5° DOMINGO DA PÁSCOA

At 14, 21b-27
Sl 144, 8-13ab
Ap 21, 1-5a
Jo 13, 31-33a.34-35



Tomados pela singular alegria da Ressureição do Senhor, que ressurge e nos chama a participar da glória de sua ressureição, somos convidados a viver esse 5° Domingo da Páscoa, pondo em prática os seus ensinamentos, almejando fazer a vontade de Deus e alcançar a glória prometida. A medida para praticar o amor é dada pelo próprio Cristo, que ama até às últimas consequências, entregando toda a sua vida pelo projeto do Pai.
A primeira leitura nos mostra que Paulo e Barnabé desenvolvem uma missão itinerante entre os pagãos e não cessam de animar os outros discípulos a suportarem as provações, perseguições e dificuldades, permanecendo firmes na fé. Esse convite não é feito apenas aos discípulos, mas é estendido aos membros das novas comunidades, pessoas de boa vontade que acolhem a palavra de Cristo e se dispõem a viver uma vida nova. As novas comunidades fundadas, juntamente com os povos pagãos que abraçam a mensagem do Evangelho, nos mostram que os limites de Israel são ultrapassados e a salvação de Deus é aberta para todos.
Na segunda leitura, São João nos fala sobre um novo céu e uma nova terra. Essa imagem é usada para demonstrar a renovação do universo em Cristo, quando o pecado será vencido, juntamente com toda espécie de sofrimento. Em Cristo, Deus faz novas todas as coisas. Também São João nos fala sobre a “Jerusalém nova”, que é a Igreja, esposa do Cordeiro. A Igreja é, aqui, apresentada como a verdadeira morada de Deus e dos homens.
Por fim, chegamos ao ponto principal da nossa reflexão. Somos reportados ao Cenáculo, onde foi realizada a Última Ceia. No texto, vemos, repetidas vezes, o verbo glorificar. Com o início da Paixão, temos, também, o início da glorificação de Jesus. Assim, são João quer nos mostrar que a morte de Cristo não é uma derrota, mas a vitória sobre o pecado, sobre o erro e sobre a própria morte. Nessa Ceia, Jesus, como um pai providente, deixa aos seus o seu testamento, que é o mandamento do amor.
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” é a última instrução que Jesus dá aos seus discípulos. A Lei do amor não era uma novidade, uma vez que já havia sido revelada no Antigo Testamento, através de Moisés. No entanto, Jesus acrescenta algo novo: “como eu vos amei”. Desse modo, a medida de amor de todos os cristãos deve ser a medida do próprio Cristo, que não hesitou em entregar a sua vida, por amor a todos.
A prática do amor era uma constante na vida dos primeiros cristãos, de maneira que se cumpria a palavra de Jesus: “Nisto todos saberão que vós sois os meus discípulos”. Admirados, aqueles que observavam os cristãos, diziam: “vede como eles se amam”.
Em nossos dias, somos convidados a fazer esse amor reviver. Podemos nos perguntar: somos conhecidos como cristãos por participar das celebrações, pastorais e movimentos, ou somos assim conhecidos pela busca constante em vivenciar o mandamento do amor que tem seu modelo e exemplo em Jesus Cristo? Cabe a nós a súplica pelo envio do Espírito Santo, para que nos confirme no amor e na caridade, juntamente com a nossa abertura para acolher o Dom de Deus, que nos chama a vivenciar esse amor, para que, assim como os primeiros cristãos, sejamos identificados com a marca de Cristo e possamos fazer parte da verdadeira comunidade, a Jerusalém celeste, esposa do Cordeiro.
Júlio César
2º Teologia