Baseando-se na teoria da linguagem, Habermas
apresenta um modelo educacional imerso na interação humana. Sendo assim, o
indivíduo, poder-se-ia pautar sua
atuação não simplesmente nas regras e normas inflexíveis, e que esta seja
realmente um novo modelo de fazer acontecer o conhecimento, proporcionando uma
educação para a vida, formando “mentes pensantes”, com a consciência de que
seriam eles os responsáveis pela mudança da sociedade, despertando no indivíduo
a reflexão para a realidade em busca de melhorias, seja para ele próprio ou
para a nação, levando para as ruas cidadãos conscientes e atuantes, longe de
qualquer instrumentalização. Nesse contexto, Habermas afirma que a ação
comunicativa acontece:
[...] sempre
que as ações dos agentes envolvidos são coordenadas, não através de cálculos
egocêntricos de sucesso mas através de atos de alcançar o entendimento. Na
ação comunicativa, os participantes não estão orientados primeiramente para o
seu próprio sucesso individual, eles buscam seus objetivos individuais
respeitando a condição de que podem harmonizar seus planos de ação sobre as
bases de uma definição comum de situação. Assim, a negociação da definição de
situação é um elemento essencial do complemento interpretativo requerido pela
ação comunicativa (Habermas, 1984, p. 285).
No entanto, tudo o que se propõe, até então,
seria uma reflexão acerca da realidade adotada pela sociedade, mediante o
comportamento humano, que antes era estimado pela pessoa do ser. Com o
passar do tempo e no decorrer de mudanças na sociedade, o ser humano parece ter
perdido o seu valor enquanto humano e ser. Eis que Habermas, com a sua teoria da Razão Comunicacional, visa oferecer ao indivíduo uma valorização da comunicação
humana, envolvendo o intelecto do ser em busca de uma
melhor compreensão de mundo através da capacidade humana de comunicação,
construindo o pensamento e o raciocínio, mesmo que, a princípio, possa parecer
irrealizável, cabe contudo, persistência e dedicação na aplicação do método,
tendo como objetivo a construção e vivência da “Cidadania e Participação”.
No tocante à teoria da linguagem, o filósofo alemão discorre
acerca dessa, afirmando que, no discurso, estão embutidas/atreladas regras voltadas
para um conteúdo normativo, determinando assim a maneira de agir mediante o uso
da linguagem. Habermas aprofundou os estudos apresentados por Austin, que apresenta dois termos para distinguir esse ato da comunicação, a saber:
ilocucionários e perlocucionários. Habermas os classifica da seguinte maneira:
o primeiro refere-se a ação da fala, podendo ser, no entanto, uma promessa, uma
ordem ou pedido, desenvolvendo então o processo de entendimento entrelaçado na
compreensão da fala; já o segundo acende um resultado naquele que escuta/ouve,
e essa é responsável pela ação voltada para a realização de objetivos, visando uma
compreensão acerca da linguagem.
Élcio Bonfim
3º Filosofia