Leituras:
Hab
1,2-3;2,2-4
Sal
94
2
Tm 1,6-8.13-14
Lc
17,5-10
A liturgia deste domingo nos remete a
uma expressão popular que diz: “a fé remove montanhas”. Certamente, pela fé se
pode alcançar todos os sonhos, mais que isso: a fé nos aproxima de Deus e nos
ajuda a procurar a justiça: “O justo viverá por sua fé” (Hab 1, 4).
A primeira leitura nos relata o diálogo
entre Deus e Habacuc. O profeta se mostra preocupado com as injustiças que vê
no seu povo. Deus o tranquiliza, dizendo que somente estará perdido quem não
pratica a retidão, aquele que não tem fé e, por sua vez, considera-se autossuficiente.
No Evangelho, os apóstolos pediram ao
Senhor: “Aumentai a nossa fé”. Certamente, desejavam permanecer na retidão e
não cair na autossuficiência. Queriam, ainda, livrar-se de quaisquer amarras
para que, livres, pudessem seguir o Mestre. Entendiam que somente com uma fé
suficientemente aumentada, grande, poderiam se distanciar das riquezas
passageiras deste mundo. Respondendo-os, Jesus afirmou: “se vós tivésseis fé,
mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira:
‘arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
A fé, seja ela grande ou pequena, é de
fundamental importância na vida do cristão. Ela é adesão incondicional à pessoa
de Jesus Cristo. É obediência a Deus, comunhão com Ele, é Dom que espera nossa
resposta livre e consciente. Com sua fé, o cristão tem, neste mundo, a tarefa
de destruir as falsas seguranças e cumprir aquilo que lhe é proposto,
traduzindo em obras a experiência do encontro com o ressuscitado.
Portanto, iluminados pelo Espírito de
Sabedoria, e revigorados na fé, humildemente compreendemos que tudo que fazemos
para o crescimento do Reino de Deus nada mais é do que o nosso grato
reconhecimento por aquilo que Ele, por primeiro, faz e realiza em nossa vida.
Assim sendo, tranquilamente reconhecemos que “somos servos inúteis e fizemos o
que devíamos fazer” e, a exemplo dos discípulos, não hesitemos em clamar:
“Senhor, aumentai a nossa fé”.
Diácono Antônio Carlos