Is 35,1-6.10
Sl 145 (146)
Tg 5,7-10
Mt 11,2-11
Em Jesus, está toda a nossa alegria! Apesar de esta ser uma expressão de uso comum, nem sempre assumimos com consciência a grandeza dessa verdade. Mas, neste tempo que estamos vivendo, temos a oportunidade de preparar a nossa vida para celebrar com mais júbilo a chegada de Jesus. Celebramos, hoje, o domingo da Alegria – também chamado domingo Gaudete. Trata-se do penúltimo domingo do Advento. É uma oportunidade para lembrar que uma grande alegria está por vir. Tempo para rezar e reacender, em nossa vida de fé, a alegria da presença de Jesus. A sua vinda está cada vez mais próxima, por isso nos alegramos por mais um Natal que chega. Certamente, será a oportunidade para reavivar a esperança de que, com Jesus, chegará também um novo tempo. Necessitamos abrir novos caminhos para o Deus que vem ao nosso encontro, com Jesus, neste Natal. Precisamos romper com o comodismo, qual tendência geral de nossos dias, que instala a sociedade na indiferença religiosa. Só assim iremos superar a mentalidade consumista, que esconde o Filho de Deus que nascerá na manjedoura como um menino pobre. De fato, nossa alegria não está nos enfeites que adornam nossas casas e praças, tampouco nos presentes oferecidos, mas na certeza do Salvador que vem para afastar de nós o desânimo. E como isso é necessário... Nem sempre conseguimos identificar a presença de Jesus na celebração do Natal, já que muitas vezes ela é ofuscada com o brilho daqueles elementos artificiais usados nesse tempo festivo. Aqui, olhamos para o Evangelho deste domingo e colhemos um grande ensinamento: quando João mandou seus discípulos até Jesus para o questionar se era Ele o esperado, Jesus não lhes ofereceu uma teoria, mas mandou que eles contassem a João o que estavam ouvindo e vendo. Assim, o conhecimento de Jesus acontece a partir da sua ação transformadora. Os discípulos não viram luzes que piscavam muito menos árvores artificiais cheias de enfeites, mas viram pessoas transformadas – “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5). Verdadeiramente, “conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 29). Portanto, esforcemo-nos para acolher neste Natal o Deus conosco, a causa da nossa Alegria. Como expressou o Papa Francisco, “a nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante (EG 5), é uma alegria que renova e comunica vida. Olhando para a figura de João Batista, tomemos como exemplo a sua atitude. João Batista anunciou a chegada do Salvador e, com sua pregação, convidou muitos para o arrependimento e a mudança de vida. Assim como João Batista que preparou os caminhos do Senhor, somos chamados, neste tempo do Advento, a preparar nossa vida para receber o Salvador. Inspira-nos as palavras do profeta Isaías, proclamadas na primeira leitura, expressando a alegria incomparável alcançada no Senhor, e alegra-nos a exortação: “criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus [...] é ele que vem para vos salvar” (Is 35,4). Que nossos braços estejam abertos e o coração transbordante de alegria para acolher bem o Deus que vai chegar. “Então, o vosso coração há de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria” (Jo 16, 22).
Marcos Bento
2° Teologia