LEITURAS:
Ap
7,2-4.9-14
Salmo
23 (24)
1Jo
3,1-3
Mt
5,1-12
Caríssimo irmão, caríssima irmã, hoje nos alegramos com a
comemoração de Todos os Santos. Essa tradição nos vem do início da Igreja,
quando já no sec. IV celebravam em Antioquia todos mártires, no primeiro
domingo depois de pentecostes, até que no ano de 835 o Papa Gregório IV
transferiu esta festa para 1º de novembro, celebrando não somente os mártires,
mas todos os chamados pelo Senhor a participarem de sua Bem-aventurança.
É uma
alegria para nós, podermos celebrar em uma única festa, a incontável multidão
dos homens e mulheres que fazem parte da grande família do Senhor, pois, como
nos lembra São Paulo, somos concidadãos dos santos e membros da família de
Deus.É também isto que estamos celebrando, a unidade da Igreja, corpo místico
de Cristo,a união entre os que cumprindo sua missão neste mundo partiram para a
pátria definitiva com os que aqui estão, que somos nós, que caminhamos na fé e
na esperança de um dia chegarmos a presença plena de Deus.
A
firme esperança nesta comunhão nos foi dada em Cristo, que veio reunir num só
povo e em seu amor todos o que estavam dispersos, vivos ou mortos, pertencemos
a Cristo, recebemos a graça de participar da Santidade daquele que é três vezes
santo. Somos chamados cada dia a santidade, a participarmos das
bem-aventuranças,através de uma vida cheia de sentido e que ajuda o outro a
encontrar sentido para sua vida. No entanto, a santidade aqui não pode ser
reduzido a um fator ético, a um bom comportamento, pois a ética é a tomada de
consciência do que foi recebido antes, do dom de Deus em nossa vida, que nos
capacita a nos comprometermos com ele, a santidade passa pela gratidão daquilo
que o Senhor já conquistou para nós, a gratidão por ele já nos ter aberto as portas
da santidade. Se não tomarmos consciência disso podemos cair num moralismo,
achando que a santidade é a vivencia de regras morais, quando na verdade, a
ética apenas reflete a santidade.
A
santidade por sua vez deve vir de dentro, é uma transformação interior que nos
põe cada vez mais na presença de Deus, nos tornando plenamente humanos e
sensíveis aos anseios e necessidades humanas dos nossos irmãos e irmãs. Deste
modo, estaremos dando sempre nosso sim a maravilhosa
graça que recebemos, de sermos chamados filhos de Deus e, não serão as quedas
tropeços que damos ao longo de nossa caminhada que nos privará de participa de
tal grandioso dom, que nos foi dado em Jesus Cristo, mestre e modelo de toda
santidade.
Sem. Max Sabrino R. Vieira