2º Domingo da Páscoa


LEITURAS:
At 5,12-16
Sl 117
Ap 1,9-11a.12-13.17-19
Jo 20,19-31
“Creio Senhor, mas aumentai nossa fé”. 

A liturgia do 2º Domingo do Tempo Pascal nos insere na realidade do Ressuscitado que destrói a morte e nos garante a vida eterna que é dada por meio da fé. É na comunidade que somos chamados a reconhecer o Cristo que é o centro da vida Cristã; é no encontro com o ressuscitado que a comunidade se estrutura e é d´Ele que provém a vida que na paz se amima e permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. A missão que Cristo nos confere, e que os apóstolos realizam é a missão salvadora e libertadora; e quando a realizamos, está dá testemunho do Cristo vivo que se faz presente no meio da comunidade.  
Ao anoitecer, em meio as portas fechadas, com o clima de medo, Jesus aparece com uma mensagem, um convite, a paz. Ele diz: “A paz esteja convosco”. A paz garante que Jesus venceu a morte, não existe mais o medo, agora a comunidade pode se alegrar, é Ele, com os sinais da morte, “mostrou-lhes a mãos e os lados”, sua identidade, é Jesus, são os sinais do seu amor e da sua entrega que fazem os discípulos os reconhecerem e alegrar por estarem na presença do Senhor.
O envio missionário do ressuscitado, “como o Pai me enviou, também eu vos envio”, é a continuidade do seu projeto de amor, Jesus nos garante a força do seu Espirito, “soprou sobre eles e disse: recebei o Espírito Santo”, pois só por meio do Espírito de Jesus podemos realizar a missão como os apóstolos realizaram, “muitos sinais e maravilhas eram realizados entre o povo pelas mãos dos apóstolos”. Os apóstolos são testemunhas de Jesus ressuscitado e do seu projeto libertador para o mundo, os gestos realizados (1ª Leitura), servem para dar testemunho da ressureição, da vida nova que em Cristo começou, e que através de seus seguidores, pelo próprio mandato de Cristo, deve chegar a todos os homens.
O testemunho requer um elemento essencial na vida do cristão, a fé, os discípulos só dão testemunho do ressuscitado porque o veem. “Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: Vimos o Senhor!” O crer no ressuscitado acontece dentro da comunidade reunida, que é o lugar onde irradia o amor de Jesus. Tomé esta fora da comunidade, por isso não faz a experiência de Jesus ressuscitado e consequentemente não acredita no testemunho dos discípulos, “Tomé disse-lhes: Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. O encontro com Jesus transforma o nosso coração e nossa fé, Tomé ao fazer a experiência do ressuscitado na comunidade reunida, “Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles”, consegue chegar à plenitude do crer, agora ele reconhece o Senhor e seu testemunho é verdadeiro, cheio de amor, “Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!”.
Ao final do Evangelho Jesus diz que são bem-aventurados os que creram sem terrem visto, quem são estes bem-aventurados? como diz Santo Agostinho: “somos todos nós, e não somente nós, mas todos os que venham depois de nós”, pois nossa fé tem um grande mérito, de não necessitar de comprovações matérias para poder acreditar, mas pelo amor fazer a experiência do ressuscitado em nossa comunidade e chegar a fé verdadeira.    
Sem. Pablo Dourado