Ap 11,
19;12,1.3-.10;
Sl
45/44; 1
Cor
15,20-27;
Lc
1,39-56.
1.
A solenidade da Assunção de Nossa
Senhora abre à é um horizonte de esperança, de vida em plenitude e
ressurreição. Tudo começou com a vitória de Cristo sobre a morte: “Cristo
ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”, afirma são Paulo; “Em
Cristo, todos reviverão”. Nisso está a esperança que ilumina e sustenta nossa
caminhada terrena. “O último inimigo a ser destruído é a morte”, conclui são
Paulo (II leitura).
A festa da Mãe do Senhor encontra nesta mensagem seu sentido.
Acreditamos que Maria, elevada à glória do céu, depois do Filho, é a primeira
dos ressuscitados; ela garante o rumo de nossa caminhada terrena. Por isso, como
canta o Prefácio, “Ela é consolo e esperança” para nós, povo de Deus.
Prestemos
atenção nessas palavras: consolo e esperança. São duas virtudes que se
fundamentam na fé. Maria visita Isabel – como conta o Evangelho – para dar
crédito às palavras do Anjo e entender o sentido da proposta recebida. No
encontro com Isabel, Maria é confirmada em sua fé. Por isso, do seu coração,
brota o cântico do agradecimento e do louvor: “Minha alma engrandece o Senhor”.
É a resposta orante à fidelidade de Deus. De fato, ela acreditou nas promessas
divinas e assume, com coragem a sua missão. Torna-se imagem viva do que a
Igreja é chamada a ser: comunidade dos que seguem a Cristo, custe o que custar.
A
leitura de Apocalipse (I leitura)
apresenta uma comunidade em luta com o poderoso império romano, o dragão que, porém,
não tem força bastante para vencer a frágil e amedrontada mulher, imagem, antes
de tudo, da pequena comunidade dos seguidores de Cristo. D fato, “agora
realizou-se a salvação a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu
Cristo”.
2. A Palavra nos oferece numerosos
ensinamentos.
a)
Antes de tudo, nos convida a refletir se vivemos a fé ‘olhando para o céu’. Isso não significa esquecer das
responsabilidades cotidianas. A Palavra orienta a ter e alimentar essa fé, para
sermos – como e com Maria – sinais e semeadores de esperança, firmes no amor.
b) Vero que é mais
importante em nossa vida, no dia a dia, a quem dedicamos tempo e atenção, e o
que, ao invés, deveríamos recusar para sermos coerentes com a fé que
professamos.
Neste ano, estamos
refletindo sobre Família. Hoje, eu peço que todas as famílias renovem sua aliança: “Apareceu no céu a arca da Aliança”, o grande sinal da presença de
Deus na vida do seu povo. Na aliança – fidelidade de Deus, a Igreja acolhe e abençoa
o amor de todo casal, entregando nas mãos misericordiosas de Deus a fragilidade
e a beleza do todo humano amor.
Em
Maria, ‘Arca da aliança’, esposos e esposas, renovem sua aliança, peçam a Deus,
pela intercessão de Maria, força e disponibilidade interior para serem fiéis nos
empenhos matrimoniais, fiéis à família, dom de Deus, que aos poucos foram e
estão construindo.
3. Maria canta e ama, encontra e acolhe, serve e se deixa levar e iluminar
pela fé: é nosso modelo. A verdadeira devoção a Maria deve nos tornar pessoas
apaixonadas por Jesus, que procuram viver na fidelidade às suas promessas, à
Aliança – compromisso de amor que dele recebemos.
A
mulher do Apocalipse aparece “vestida de sol, com alua debaixo dos pés”:imagem
para dizer que Maria é repleta de Deus e, por isso, vence tudo engano, ilusão e
pisa sobre os ídolos do mundo.Por isso, é nosso exemplo!
Preencher-se
de Deus, deixar que seu Espírito nos transforme, alimentando-nos com a Palavra
e a oração, a Eucaristia e a reflexão, fugindo de tudo o que ameaça a vida,
tira a paz, destrói o amor, enfraquece a fé. Elanos ajude e ensine a manter viva
a fé ‘na vida eterna’, a não deixar que as paixões e os desejos da carne, e as
ilusões do mundo nos dominem. E sejamos mais fortes e
coerentes com a fé que professamos e os compromissos assumidos.
Dom
Armando Bucciol